Foto: Amiraldo Rabelo - http://www.panoramio.com
Porto a margem do Rio Caju-uma, municipio de Afuá, Marajó
Conheço um casal de abnegados, voluntários da instituição www.meap.org.br/meap, que presta assistência às comunidades ribeirinhas do Brasil. No final do ano passado eles fizeram as malas e partiram para o estado do Pará, tendo como referência a “Veneza marajoara”, um município implantado numa planície a apenas 8 metros de altitude, chamado de Afuá. No ano de 2008 sua população era estimada em 40.000 habitantes.
Simone e Natanael têm muitos planos, dentre os quais, construir clínicas para atendimento médico e núcleos sociais de desenvolvimento comunitário para reforço escolar e alimentar às crianças e também formação profissionalizante aos jovens. Entretanto, este altruísmo esbarra em uma grande dificuldade: não existe energia elétrica na região.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 1,4 bilhão de pessoas ainda não têm acesso a fontes modernas de energia, fato que prejudica a qualidade de vida. Além disso, três bilhões dependem de recursos da “biomassa tradicional”, como o carvão, para atividades diárias - aquecimento e cozimento de alimentos.
Depois do destaque para as florestas em 2011, a ONU elegeu a energia para 2012. Estamos iniciando o Ano Internacional da Energia Sustentável Para Todos. Curiosamente o Brasil parece figurar como o grande exemplo ilustrativo: florestas e energia. O país abriga 60% dos aproximadamente 5,5 milhões de km² da área total da maior floresta do planeta, aquela que detém a maior biodiversidade, a Amazônica.
Apesar dos esforços do poder público, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) estimou, em 2008, que o volume de madeira ilegal da Amazônia que abastece o mercado pode chegar a 90% do total consumido no país. A indústria da construção civil, segundo o estudo, é a que mais se beneficia dessa matéria prima.