Sexta, 26 Abril 2024

A vocação não só para o comércio como também para a indústria e tino gerencial fez com que, ao assumir o cargo de Ministro do Reino de Portugal, o Marques de Pombal (antes Conde Oeiras) estabelecesse algumas metas para modernizar a economia portuguesa. Pelo Tratado de Comércio de 1703, a Inglaterra ocupava a posição de exclusiva supridora de manufaturas a Portugal.

O Ministro planejou um parque industrial e promoveu a fundação de fábricas de tecidos de lã e de seda, de papel, de vidro, beneficiamento de açúcar e fabricação de ferro. Desta forma, diminuia a deficiência produtiva lusitana. Até então, os portugueses importavam ferro sueco, hamburguês e biscainho, enquanto a siderurgia já era corrente com a mineração de Bilbao (Espanha).


Roda viva

Por que falar de mineração do século XVIII em Portugal? Primeiro para lembrar que aquela figura ilustre, santista, geralmente homenageada na semana de 7 de setembro como o ”Patriarca da Independência”, José Bonifácio de Andrada e Silva, tem muito a ver com esta história portuguesa. Depois para inspirar os visionários e empreendedores.

Pombal já acompanhava os primórdios do desenvolvimento industrial, antes do advento da máquina a vapor, inventada pelo escocês James Watt, em 1775. E o segredo era a roda d’agua, usada como motor para esgotar as águas das minas na Inglaterra. A energia vinha das minas de carvão, que ficavam em poços, os chamados “shafts”. Pombal viu de perto aquele sistema quando atuou como embaixador português em Londres e em Viena.

José Bonifácio, em sua carreira de geólogo oficial, participou do esforço do Reino para inserir Portugal na história da Revolução Industrial. Em 1790, o governo português buscava técnicos qualificados para as atividades da indústria. Enviou para estudos pela Europa uma missão composta de José Bonifácio de Andrade e Silva, Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt e Sá e Joaquim Pedro Fragoso, os dois primeiros brasileiros natos.

Os cientistas estudaram nas salas de aula de várias cidades da Europa. Em Freiberg, Saxônia, foram contemporâneos de Alexandre Von Humboldt e de Cristiano Leopoldo Buch, que se destacou como o maior geólogo de seu tempo. 

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