Quinta, 28 Março 2024

A história da ocupação da Baixada Santista relaciona-se a uma sucessão de portos. No início do século XVI (até a década de 1540), o porto principal localizava-se na atual Ponta da Praia da cidade de Santos, que se encontra na ilha de São Vicente e onde Martim Afonso havia ancorado. Naquela década de 40, as embarcações começaram a entrar pelo canal da Barra Grande (conhecido hoje como canal do Estuário de Santos).

Encontraram do outro lado da ilha de São Vicente, ou seja, na face Norte, um local de boa profundidade, de águas calmas e abrigado dos fortes ventos de mar aberto. Era o Lagamar de Enguaguaçu (na área abaixo do Outeiro de Santa Catarina). Este ancoradouro podia ser vigiado de um morro de aproximadamente 150 metros de altura, o Morro da Vigia, também chamado de Outeiro de S. Jerônimo (atual Monte Serrat).

Braz Cubas, juntamente com alguns colonizadores pioneiros, resolve transferir o porto da Ponta da Praia para aquela área do Lagamar de Enguaguaçu. O povoado passou a ser conhecido primeiro como Porto da Vila de São Vicente e mais tarde como Porto da Vila de Santos.

O povoado de Santos estabeleceu-se principalmente devido às condições geográficas favoráveis tanto em relação ao mar quanto em relação ao continente. Frei Gaspar da Madre de Deus relata que, em meados do século XVI, a expansão da Vila de Santos  ao “aumentar o comércio com a Vila de São Paulo e povoações de serra acima, aos poucos foi estendendo-se para o oeste, porque os paulistas quando vinham a Santos, alugavam casas mais próximas ao porto de Cubatão, e mercavam nas primeiras lojas, onde achavam gêneros que lhes eram necessários.”

Diversos pesquisadores relacionam porto e cidade de Santos com São Paulo. Petrone fala da porta e o porto do planalto, referindo-se a Santos como a porta aberta para o mar que também se abria para o sertão. A forte ligação com São Paulo de Piratininga foi característica marcante, que levou Caio Prado a utilizar a denominação “cidades casadas”, unindo a função de porto de uma com a de centro distribuidor da outra.

Foto: Militão Augusto de Azevedo

Porto de Santos, a Rua da Alfândega em 1865 - albúmen com
10,8 x 15,3 cm no acervo do Acervo Instituto Moreira Salles

A imagem acima foi reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004 - editada em http://www.novomilenio.inf.br/santos/fotos141.htm

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