Quando aprovamos uma coisa, costumamos dizer que ela “é dez”. Então, o que falar de um ano que já começa “11”?
“Nunca na história deste país...” havíamos empossado uma Presidenta da República. A posse histórica no 1º de janeiro foi prestigiada por chefes de estado e várias outras autoridades. E também, principalmente, por mais de 30 mil pessoas em Brasília e ainda pelos milhões de telespectadores neste Brasil continental e em toda a parte do mundo que estava ligada.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Lula
Por algumas horas, a Praça dos Três Poderes, idealizada pelo urbanista Lúcio Costa e enriquecida com as obras projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, tornou-se o centro do mundo.
"Eu comecei pelo princípio: a capital são os três poderes. De modo que essa cidade teria que ser caracterizada, de nascença, por essas circunstâncias, de ser a capital da República. E hoje todo mundo conhece a Praça dos Três Poderes, formada por um triângulo equilátero, equivalente, porque os poderes são independentes e, teoricamente, autônomos. Então, a Praça dos Três Poderes foi o ponto de partida", lembrava o mestre Lúcio Costa (95 anos) ao Correio Braziliense, em 6 de outubro de 1997.
Foto: Breno Fortes/CB
Vista aérea de Brasília, incluindo Congresso, Supremo Tribunal Federal,
mastro da Bandeira, Palácio do Planalto e Esplanada dos Ministérios
Na semana passada, escrevemos sobre as bases do pensamento complexo, que pode ser ilustrado por uma das citações que a presidenta proferiu no sábado de sua posse. Apesar do mistério sobre a autoria, atribuída por ela “ao poeta da minha terra”, queremos desvendar aqui que a terra é a mineira e o poeta é o escritor João Guimarães Rosa.
“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.
A presidenta particularizou: “é com esta coragem que vou governar o Brasil. Mas mulher não é só coragem. É carinho também".
Com certeza, os desafios são muitos e a comunidade portuária espera que a coragem do novo governo contribua para vencer os entraves ao melhor relacionamento porto-cidade no Brasil. Ah, e se vier com o carinho que cada cidadão merece neste ano de 2011, vai ser mais do que dez.