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Retângulo
O capitão Ferreira, bombeiro e instrutor de auto-escola, iniciou sua aula para formação de condutores com uma solicitação: desenhe um retângulo com três retas.
Os alunos ficaram pensativos, alguns coçaram a cabeça, outros colocaram a mão no queixo e a Maria perguntou: pode usar a lateral do quadro como se fosse a quarta reta para construir a figura geométrica? Afinal, sabemos que, por definição, o retângulo é um paralelogramo, cujos lados formam ângulos retos entre si e que, por isso, possui dois lados paralelos verticalmente e os outros dois paralelos horizontalmente, ou seja, quatro lados.
O Ferreira respondeu: Não, Maria, não pode usar a lateral do quadro para desenhar o retângulo com três retas. Impossível? Pense bem.
Os alunos continuaram quebrando a cabeça (no sentido intransitivo figurado), pensando, procurando uma solução. E a resposta era muito simples. O instrutor orientou um aluno voluntário a desenhar um retângulo como a maioria conhece (quatro lados) e dentro da área do desenho marcar três retas. Pronto! Aí está, um retângulo com três retas.
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Desenhando retângulo
"A noção que nenhuma mudança efetiva pode acontecer numa sociedade até que milhões se pronunciem e decidam levá-la a cabo é uma das racionalidades mais caras dos preguiçosos e incapazes." - Lewis Munford, Historia das Utopias, Antigona, 2007.
Antes da “História das Utopias”, o historiador americano Lewis Munford, em seu clássico livro “A cidade na história”, considerava um desastre para a “metrópole moderna” as intervenções “modernistas” que não levavam em consideração a continuidade cultural das cidades. Também apontava para os problemas que já existiam nos séculos XVIII e XIX e que agravam-se no século XX, como a habitação popular, o transporte, a escassez de água, a coleta, destinação e eliminação do lixo urbano.
A arquiteta e urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo, Regina Meyer, considera que, ao conduzir a análise para uma interpretação da metrópole como reflexo do desenvolvimento econômico da sociedade que a produz, ele deixou de considerar o papel da metrópole como agente desse desenvolvimento, transformando-a em vítima e eximindo de qualquer participação ativa no universo sombrio que descreve. De acordo com esse modelo de interpretação, o espaço físico metropolitano perde sua relação dinâmica com a sociedade, passando apenas a refleti-la.
Santos está discutindo seu plano diretor. Que cidade queremos? Qual é a sua utopia?