Meu amor, olha só hoje o sol não apareceu
É o fim da aventura humana na Terra
Meu planeta adeus,
Fugiremos nós dois na arca de Noé
Olha bem, meu amor, no final da odisséia terrestre
(Trecho de Minha Pequena Eva - Banda Eva)
As Maldivas tem um recorde mundial de ser o país com a mais baixa altitude do mundo, o ponto mais elevado está a 2,3 metros do nível do mar, e a altitude média do país é de 1,5 metros e a maioria do território habitado está apenas a um metro de altitude. A capital, Malé, está a 90 centímetros do nível do mar e lá vivem aproximadamente 100 mil pessoas.
Desde o dia 7 de dezembro, enquanto delegados de 192 países estavam tentando fechar um novo acordo sobre o clima, em Copenhague, na Dinamarca, milhares de cidadãos de diversas nacionalidades, espalhados pela cidade, discutiam as formas mais eficazes de combater as mudanças climáticas.
Na busca por um debate democrático, os organizadores do Klimaforum09 convidaram desde ONG´s de grande porte, como a “Friends of the Earth”, até grupos pequenos e com propostas bem específicas, a exemplo da “Veg Alliance”, que defende a alimentação vegetariana como a principal estratégia para combater as mudanças climáticas.
"Não há um planeta B" e "Mude a política, não o clima" eram algumas das faixas carregadas por manifestantes em Copenhague, capital dinamarquesa, na semana passada. Alguns ativistas estavam vestidos de urso polar e pinguins com placas dizendo: "Salvem os humanos!" Um boneco de neve inflável gigantesco foi usado para protestar contra a ameaça causada pela queima de combustíveis fósseis que o painel de cientistas do clima da ONU afirma irá trazer desertificação, enchentes, ondas de calor e elevação do nível do mar.
Na programação cultural do fórum, está uma exposição de
fotógrafos das Ilhas Maldivas, um dos locais mais ameaçados
no mundo pelo aquecimento global
O Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas da Unisanta iniciou um estudo no ano de 2006 e concluiu neste ano de 2009 como a cidade portuária de Santos (Brasil) será afetada com o aumento do nível do mar. Através de modelos simulados por computador, três cenários mostram o alagamento de bairros com o aumento do nível em meio metro, 1 (um) metro e 1,5 m (um metro e meio) em relação ao nível máximo atual nos períodos de maré alta. A situação não é nada confortável.
Com 1,0 m de elevação, por exemplo, toda a faixa de areia da praia e grande parte dos jardins será alagada a cada episódio de maré alta. Outras áreas junto à praia, no bairro do Gonzaga, as primeiras quadras junto ao Canal 3 e entre os canais 4 e 6 também serão inundadas. A Ponta da Praia e os bairros da Zona Noroeste ficam bastante comprometidos.
O professor e engenheiro, Gilberto Berzin, responsável pelo estudo junto com o biólogo Renan Braga Ribeiro, ressalta que é preciso planejar agora as obras de contenção para enfrentar os efeitos do aquecimento global em Santos. O professor lembra que também se devem considerar os efeitos devastadores das ondas.
Na COP15, uma das várias pessoas famosas que participam da reunião na Dinamarca, o investidor e filantropo norte-americano George Soros, revelou aos jornalistas que desenvolveu uma solução parcial. Ele sugeriu transferir parte dos recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) destinada a prover liquidez aos sistemas financeiros globais para uma nova missão de financiamento de projetos em países em desenvolvimento destinada à produção de energia limpa e para a adaptação às mudanças climáticas. Cerca de US$ 100 bilhões poderiam ser gerados de uma vez, assegura Soros, que é partidário das causas do mundo em desenvolvimento.
Foto: http://blogs.discoverybrasil.com
Uma paisagem de Copenhague, capital da Dinamarca, onde até
o próximo dia 18 estarão reunidos representantes dos países
signatários da 15ª Conferência das Partes da Convenção das
Nações Unidas sobre Mudanças no Clima
“É preciso um esforço grande para que a reunião de Copenhague tenha sucesso, mas temos esperança de um acordo justo”, afirma João Talocchi, coordenador da campanha de clima do Greenpeace no Brasil. O jogo é complexo: “O que temos hoje é comparável a jogar peças de cinco quebra-cabeças para o alto e tentar montar apenas um”, ilustra o ambientalista.