Em 2010, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos (Faus) vai comemorar o seu 40º aniversário. Entre os últimos dias 19 e 23 de outubro, no Campus Boqueirão (Avenida Conselheiro Nébias, 595) da Unisantos, realizou-se a XI Semana de Arquitetura e Urbanismo sob o tema “contemporaneidade”.
O que é “contemporaneidade”? Coevidade? Por definição, a qualidade do que é do mesmo tempo ou vive na mesma época. Que é do tempo atual.
A História e a Arquitetura como frutos da produção humana devem sempre estar sendo repensadas. Nem sempre resultado da ação de poucos ou da autoria de alguns , porém entendidas como produção de sociedades que produzem o espaço ao longo do tempo.
O que escreveremos sobre o tempo em que vivemos?
É difícil termos a noção exata daquilo que é contemporâneo. O tema central traz à reflexão os problemas e potencialidades da sociedade atual, que puderam ser debatidos na Faus por meio de oficinas, palestras e mesas de discussão, com profissionais de destaque nas áreas de arquitetura, urbanismo e artes. Entre os assuntos em pauta, surgiram a nova lei do estágio (Lei nº 11.788/2008), a situação brasileira quanto a habitação de interesse social e as expectativas para o profissional formado em arquitetura.
Na Oficina de Logotipo da XI Semana se Arquitetura foi anunciado o concurso de idéias para a execução de um logotipo para o selo em comemoração aos 40 anos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISANTOS.
O primeiro curso da Sociedade Visconde de São Leopoldo (mantenedora da Universidade Católica de Santos) foi o de Direito, instalado em 1952. Sob a influência do então novo Plano Diretor Municipal de 1968, foi criada a Faculdade de Arquitetura de Santos em 1969. Os primeiros alunos tinham aulas num galpão alugado na Av. Ana Costa. Logo foram transferidos para as dependências do Colégio Santista, na Av. Sen. Feijó. Em março de 1970, os professores Alfredo Maria Talaat, Carlos Ferro e Michel Lieders concluíram o projeto do moderno edifício em estrutura de concreto pré-moldado.
Nesta Semana ainda se destacaram grandes nomes como o centenário Oscar Niemeyer e Décio Tozzi. Niemeyer, em vídeo-entrevista realizado pela FENEA para o Encontro Nacional dos Estudantes de Arquitetura (ENEA) de 2009 no escritório do arquiteto, no Rio de Janeiro, fala de sua obra e da formação do arquiteto.
O arquiteto Décio Tozzi dirige seu estúdio em São Paulo desde o ano de 1962. Realizou inúmeros projetos dos mais diversos tipos de edifícios e intervenções urbanas. A Escola Técnica de Comércio, na cidade de Santos foi um dos seus primeiros projetos.
"No início da década de 1960, a Prefeitura do Município de Santos, litoral de São Paulo, decidiu construir a primeira escola profissionalizante da cidade destinada ao ensino técnico de comércio, preparando assim os alunos para as atividades administrativas portuárias e do setor de serviços urbanos.
(...) A oportunidade da construção do edifício da escola técnica trazia como programa setorial urbano uma proposta de um campus escolar cuja implantação iria deflagar o início do processo de renovação urbana. Sendo assim, propus uma estrutura espacial aérea, que se superpusesse à existente, imprimindo a nova configuração urbanística desejada."
(Trecho do livro Arquiteto Décio Tozzi, D’Auria Editora, S. Paulo, 2005)
O projeto fazia parte de uma concepção maior de renovação urbana que pretendia criar espaços abertos de convívio, separando pedestres e veículos em níveis deferentes. Apenas parte foi executada, mas a arquitetura de vigorosa expressão plástica constitui hoje um marco na paisagem da cidade de Santos.
Foto: www.piniweb.com.br
Escola Municipal de Ensino Profissionalizante
Acácio Paula Leite Sampaio, em Santos (SP)
O Museu Nacional de Arte Moderna, no Centro Georges Pompidou, em Paris, selecionou quatro obras do arquiteto brasileiro Decio Tozzi para seu acervo permanente: a Escola Técnica de Comércio de Santos, a Residência da Fazenda Veneza, a Capela da Fazenda Veneza e o Fórum Trabalhista Ruy Barbosa. Os projetos também farão parte do livro Collection, do museu.
