Sexta, 22 Novembro 2024

Foto: Antonio Amaral

Pesca no inverno

 

Os riscos oferecidos pelo mar aumentam no inverno, especialmente nos meses de julho e agosto, de acordo com o Corpo de Bombeiros, por dois motivos: a intensificação dos ventos favorece a agitação das ondas e a formação de canais, funcionando como "armadilhas" para os banhistas. Crianças e adolescentes em férias escolares, além do aumento natural do fluxo turístico, também agravam o problema.

 

Nas regiões brasileiras onde o inverno é mais rigoroso, como a Sudeste e Sul, fisgar um peixe pode se tornar uma tarefa árdua e até frustrante para os menos experientes. O frio interfere na vida dos animais aquáticos de modo semelhante que mexe com os seres humanos e outros animais terrestres. Por isso, todo pescador já pode ter observado que os peixes ficam menos ativos com as baixas temperaturas, principalmente as espécies tropicais e subtropicais, acostumadas ao clima brasileiro de “praia e sol” quase o ano todo.

 

A semelhança já não é tão comprovada quando se fala de alimentação de homens e de peixes. No frio, os peixes reduzem todas as atividades do corpo, principalmente a alimentação. Com as temperaturas baixas, eles nadam menos e às vezes param totalmente de comer. Assim, não existe isca que o peixe morda, o que torna a pescaria no inverno uma aventura sem garantias de bons resultados. Por outro lado, a maioria dos homens (principalmente as mulheres) reclama que ganha peso no frio. Engorda porque come mais alimentos calóricos.

 

As questões sobre as mudanças climáticas, por diversas vezes, tem ocupado as pautas dos noticiários. Países ricos, emergentes e pobres, ou ainda como agora foram qualificados, “aqueles que querem subir ao andar de cima”, discordam quanto aos índices de redução de emissão de gases de efeito estufa. Estes gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, aumentam a temperatura na superfície terrestre.

 

Segundo o climatologista Patrick Michaels (Universidade de Virginia, EUA), ocorreram dois períodos recentes de aquecimento do ar na Terra. O primeiro no início do século XX, entre 1910 e 1945 e o último começou nos anos 70 e dura até hoje.

 

O aquecimento da primeira metade do século passado parece ter pouca relação com a atividade humana. Esteve mais ligado com a elevação da temperatura do Sol. O segundo período, porém, se mostra vinculado ao fator humano e ao aumento de gás carbônico na atmosfera. Entretanto, Michaels faz ressalvas à maneira como as previsões climáticas são feitas. Apesar de serem baseadas em análises e métodos modernos, é preciso ter cautela. “Basta olhar pela janela e comparar a realidade com a previsão do tempo feita dias atrás. Se erros são comuns no curto prazo, imagine em períodos longos.” 

 

Em 2008, o Observatório do Clima - uma rede brasileira sobre o tema - organizou audiências públicas e reuniões com a participação de cientistas e ambientalistas. O Greenpeace, a Fundação Boticário de Proteção à Natureza, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), a Embaixada Britânica no Brasil e a Fundação Getulio Vargas foram algumas das entidades que participaram.

 

O resultado dos debates realizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba - complementado pelas sugestões enviadas por internautas pelo site da instituição organizadora - é um documento de 44 páginas. Ele foi entregue aos representantes da Frente Parlamentar Ambientalista e aos ministros do Meio Ambiente, da Ciência e Tecnologia e das Relações Exteriores durante debate aberto ao público na Câmara dos Deputados com o intuito de formular uma Política Nacional de Mudanças Climáticas.

 

Na semana passada, de 21 a 24 de julho, representantes de 34 países das Américas do Sul, Norte e Central se reuniram em Foz do Iguaçu (PR) para a 1ª Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária. O evento, promovido pela Organização dos Estados Americanos (OEA), visou à promoção da troca de experiências entre as nações americanas.

 

Aproximando mais o foco dos debates, a cidade de Santos sediará, nos próximos dias 6 e 7 de agosto, o 17º Congresso Nacional de Municípios Portuários. Questões relacionadas à preservação ambiental, à integração dos portos com as cidades e aos investimentos do Governo Federal através do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) serão abordadas.

 

Os peixes estão menos ativos e a pesca no inverno pode ser difícil, mas os cidadãos portuários mostram sua vitalidade.

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