Em áreas litorâneas, onde o mar fica raso de repente, altas ondas costumam quebrar. É espetacular assistir àquela onda subindo quando um banco de areia, um grupo de pedras ou uma barreira de corais empurra a água para cima como uma cachoeira ao contrário. Você já viu?
Em praias de mar aberto, as ondas chegam fortes, perdendo energia bem perto da areia. Quando os ventos são favoráveis, a elevação da água aumenta. O contrário ocorre em praias de baía, que apresentam águas calmas.
* O fenômeno da propagação das ondas
O oceanógrafo da Universidade de São Paulo (USP), Joseph Harari, esclarece que, em alto-mar, basta o vento para criar vagalhões realmente assustadores, sobretudo nas altas latitudes. No Estreito de Drake (faixa de oceano que separa o extremo sul da América e a Antártica, ligando o Pacífico ao Atlântico), por exemplo, ventos de até 60 km/h provocam elevações que atingem 7 metros. Esta altura, equivalente a uma edificação de dois pavimentos, é baixinha se comparada ao recorde registrado pelo navio americano Ramapo no sul do Oceano Pacífico. Em 1933, houve tempestades com ventos de 110 km/h e, pasme!, 34 metros de altura das ondas.
Foto: Blog de Bordo - O Globo
Imagem típica da Passagem de Drake
No litoral brasileiro, é muito improvável que essa façanha ocorra porque nossas praias vão ficando rasas aos poucos. As ondas são relativamente pequenas porque perdem energia no atrito com o fundo. Já no Havaí, basta nos afastarmos algumas dezenas de quilômetros da costa e o fundo do mar pode cair à profundidade de 5.000 metros.
O geógrafo Clécio de Quadros da Universidade Federal do Paraná (UFPR) acrescenta que, no caso do Havaí, além de a costa apresentar poucas reentrâncias, o arquipélago vulcânico (local das maiores ondas do planeta) está longe de outras ilhas e recifes que poderiam tirar a energia das ondas. Caracteriza-se como uma região de alta latitude, pesadelo para os navegadores e local de festa para os surfistas.
Foto: Surf Point
Vice-campeão mundial profissional de longboard, Danilo Rodrigo, o
Mullinha, no Earthwave Festival de Surf Ecorodovias 2007, em Santos.
Na cidade portuária de Santos, o Dia Municipal do Surfe, instituído pela Lei nº 2172/03 e celebrado normalmente na data de 21 de janeiro, teve destaque especial no dia do aniversário da Cidade. Durante inauguração do Parque Municipal Roberto Mário Santini, na plataforma do emissário do José Menino, os pioneiros da modalidade foram homenageados: Cisco Araña, Paulo Rabello, Piuruta, Almir e Leguinho (in memorian) Salazar.
O coordenador da Escola de Surf e campeão de nível internacional, o santista Picuruta Salazar, declarou que a recuperação da área vai dar tranqüilidade para quem freqüenta o espaço.
“Hoje, considero um dia muito especial, porque tenho a oportunidade de agradecer ao Pardal (Diniz Iozzi) e outras lideranças do surfe, por terem participado dos encontros técnicos com os arquitetos e audiências na Justiça Federal e nos órgãos ambientais. Vocês são heróis desse processo por representarem a marca da resistência, otimismo e persistência durante esses 30 anos em que o Emissário não teve destinação”, disse o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa.
O diretor-superintendente do jornal A Tribuna classificou a reurbanização da área e a implantação do parque público como uma vitória para Santos. “Quantos e quantos anos tivemos de indefinição sobre a ocupação da plataforma e do emissário? O custo de sua retirada seria muito mais alto do que o da urbanização”, considera Santini.
Precisamos destacar, ainda, a vitória feminina da natação brasileira na 3ª Maratona Aquática Internacional de Santos – Unisanta/Troféu Renata Agondi, disputada no sábado, na praia da Aparecida (Santos). Deu dobradinha santista, com a vitória de Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto em segundo lugar.
Finalmente, como já declarou o famoso compositor Gilberto Mendes, “sou muito ligado ao mar, à coisa marítima. Santos me inebria, é meu Havaí, ou o Havaí é minha Santos.”