Sexta, 22 Novembro 2024

As boas-novas da primavera de 2008 estão enfeitando as árvores produtivas da economia brasileira. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam à direção do crescimento da indústria e dos serviços. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 6% em comparação com o primeiro semestre de 2007, a indústria apresentou expressivo crescimento de 6,3% e os serviços tiveram uma expansão de 5,3%.

 

O setor da agricultura também encerrou o semestre em alta de 5,2%. A Conab divulgou o recorde de produção de grãos da safra nacional 2007/2008 (143,87 milhões de toneladas). É importante salientar que o setor agrícola tem elevado os índices de produtividade na média anual de 3%. O sucesso da economia agrícola brasileira está firmado no tripé: pesquisa – investimento em tecnologia – financiamento para modernização de equipamentos.

 

O ouro negro, o tão falado petróleo do Deus brasileiro, ainda não ocupa o topo da produção industrial. A indústria mineral cresceu 7,3%, a produção de petróleo e gás 5,1% no segundo trimestre de 2008 (comparado com o mesmo período de 2007). Entretanto, as diversas descobertas de novas jazidas de petróleo e gás sugerem um aumento deste crescimento.

 

Como estamos vendo, não é só no Sítio do Pica-Pau Amarelo que dá petróleo. E, mais do que isso, não foi só o Monteiro Lobato alvo de críticas por ter tido a audácia de lutar pela exploração do petróleo no Brasil, ou mais especificamente, hoje, na Bacia de Santos. O advogado e mestrando em Direito Portuário, Carlos Fernando Priess, citou Lobato no jornal “Temas em Debate”.

 

"Depois que me vi condenado a seis meses de prisão, e posto numa cadeia de assassinos e ladrões, só porque teimei em dar petróleo à minha terra, morri um bom pedaço na alma". (Monteiro Lobato)

 

O curioso é que este colorido quadro primaveril está pintando mesmo com os gargalos do escoamento dos produtos. Em outras palavras, apesar do estado precário de nossas rodovias e instalações portuárias e da carência de ferrovias e hidrovias, a economia brasileira apresenta boa saúde.

 

A competitividade no mercado globalizado exige comunicação e transporte eficientes. Uma das principais metas do governo brasileiro no negócio portuário é aprofundar os canais de acesso aos principais portos. O ministro Pedro Brito, na semana passada,  apresentou a empresários e autoridades chinesas a “menina dos olhos” da SEP (Secretaria Especial de Portos) – o Programa Nacional de Dragagem (PND) – visando futuros investimentos.

 

O canal de acesso do Porto de Santos, segundo previsão do subsecretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário da SEP, Fabrízio Pierdomênico, deverá estar dragado para 15 metros de profundidade apenas em fevereiro de 2010.

 

O PND tem sido divulgado para empresas européias, americanas e asiáticas. E as empresas brasileiras?

 

“Se a empresa nacional garantir a melhor tecnologia, com a produtividade que precisamos e ao custo que queremos, nada impede de ela estar participando e ganhando essa concorrência. Perigoso é ficar sem dragar. Perigoso é ficar com os portos do jeito que estão. Aí sim tira a competitividade dos portos e do comércio exterior brasileiro. Isso é que coloca em jogo a soberania do País, porque queremos que o Brasil cresça de forma sustentável e para isso precisamos investir em acesso aquaviário”.

Subsecretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário da Secretaria Especial de Portos (SEP), Fabrizio Pierdomenico.

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