Sexta, 22 Novembro 2024

Dez mil anos! Viva!

 

Levante as mãos acima da cabeça. Calma, não é um assalto! É apenas a saudação japonesa que exprime o sentido de unidade, coesão e longevidade.

 Imagem: www.jornaldaorla.com.br 

Era quase inverno, a cidade portuária encontrava-se em período de festejos juninos, na semana entre Santo Antônio e São João. O navio Kasato Maru, que há 52 dias atrás tinha deixado o Porto de Kobe, no Japão, finalmente ancorava no armazém 14 do Porto de Santos.

 

No texto de apresentação da encenação teatral, dirigida por Roberto Peres, com assessoria histórica de Célia Oy e Célia Sakurai, “Kasato-Maru: uma viagem de sonhos e esperanças...”, lemos:

 

Pressionados pela ausência de trabalho e de alimentação, os japoneses do início do século XX veem como promessas e esperanças a distante terra do Brasil, com seus cafezais.

A decisão de partir é a primeira dificuldade dessa grande viagem, separando as famílias, primeiro os mais jovens dos mais velhos, depois filhos de pais e irmãos entre si.

A partida é triste, mas a vontade de vencer é ainda maior.

 

Momento da encenação da peça “Kasato-Maru: uma viagem de sonhos

e esperanças...”, a respeito da imigração japonesa para o Brasil

 

O príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, representante da família imperial, honrou o município-sede do Porto, que há cem anos acolheu as primeiras centenas e depois os milhares de japoneses que imigraram para o Brasil, participando de uma série de eventos.

 

O príncipe Mikasa, tio do atual imperador Akihito e tio-avô de Naruhito (que nos visitou no sábado passado), esteve na Cidade em 1958 para a celebração do cinqüentenário da imigração japonesa. Naquela ocasião, a comitiva da família imperial foi recebida no Palácio José Bonifácio pelo então prefeito santista Silvio Fernandes Lopes.

 

De fato, o prédio da Prefeitura Municipal de Santos, também conhecido como Paço Municipal e denominado “Palácio José Bonifácio”, demonstra um caráter de imponência, próprio de uma grande parcela das sedes de governo. 

 

No dia 21 de junho, o príncipe herdeiro do Japão também inaugurou a escultura da artista plástica Tomie Ohtake, montada no parque público que está sendo implantado na plataforma do emissário submarino (José Menino). Naruhito ainda visitou outros pontos significativos para a comunidade japonesa local, e sua presença na cidade marcou o ponto alto das comemorações do centenário, encerrando a programação iniciada há um ano.

 

A obra de arte, que parece capturar um momento do vôo de uma leve fita vermelha, necessitou de 80 toneladas de aço cos ar cor 500, material resistente à ação do tempo, para ser materializada no parque público “As Ondas Santos 21”. A escultura foi doada ao município de Santos em 8 de março de 2007, quando a artista Tomie Ohtake explicou: “... ao ver um espaço tão grande, avançado para o mar, pude começar a me inspirar e a pensar como seria... comecei a desenhar, imaginando o equilíbrio, a forma de fixação.”.

 

Agora, com a obra em escala real e já implantada, Tomie declarou que simbolicamente a escultura se relaciona com a viagem e o futuro dos imigrantes – um avanço delicado na vida. Mas, ela não identifica com nome as suas obras, pois prefere que cada pessoa encontre sua interpretação.

 

Deixe aqui na coluna a sua impressão sobre a nova intervenção na orla de Santos.

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