Sexta, 22 Novembro 2024

A recuperação dos referenciais históricos, sociais, econômicos e da ocupação territorial de uma região tem representado a esperança do setor turístico. Projetos como o Alegra Centro (Santos) ou o Feliz Lusitânia (Belém) ganham força. Este último, que representa a Revitalização Urbana do Núcleo Histórico da cidade de Belém, foi iniciado pelo Governo do Estado do Pará em 1997. A adequação do uso dos prédios restaurados vem constituindo um cenário museológico que permite ao visitante ter acesso a edificações que possuem referências históricas e arquitetônicas luso-brasileiras.

  

As dimensões urbanísticas, paisagísticas e arquitetônicas da cidade de Belém polarizam-se num conjunto edificado, com aproximadamente 50 000 m2. A restauração deste conjunto segue dois princípios básicos: a retirada de todos os acréscimos que agridem e descaracterizam as instalações originais de cada prédio e a preservação - por vezes valorizada - das alterações promovidas nas diferentes épocas e que foram consideradas coerentes com o aspecto artístico do conjunto. Estas ações de intervenção têm como orientação pesquisas e prospecções, evitando-se assim, deslizar para o "falso histórico".

 

A preservação também inclui uma proposta de renovação da infra-estrutura urbana e das redes de utilidades públicas, o inventário dos bens culturais, a recuperação da estrutura e dos elementos arquitetônicos até o restauro rigoroso de pinturas e imaginárias sacras, como o forro da Igreja de Santo Alexandre, da talha, altares, púlpitos e retábulos, para além da proposta de nova utilização social desses prédios. O Núcleo é dotado de todos os equipamentos da área museológica e administrativa necessários para o seu funcionamento, assim como a restauração dos acervos museológicos.  

 Foto: www.revistamuseu.com.br

A atividade museológica da região motivou a criação do Sistema Integrado de Museus (SIM) que gerencia as atividades museológicas do Estado. Diversos museus fazem parte do SIM: Museu do Estado do Pará, Museu do Círio, Museu da Imagem e do Som e os Memoriais da Estação das Docas (Fortaleza de São Pedro Nolasco e Arqueologia, Memória e Restauro) e diversas galerias de arte.

No Centro de Santos, o ciclo áureo do café e a arquitetura eclética marcam o cenário museológico urbano. Agora um fato novo surge para enriquecer a diversidade cultural dessa área – a instalação do Museu Pelé junto ao remanescente dos Casarões do Valongo. Entretanto, o homenageado e foco principal do museu, o Pelé, considera que o termo não é adequado. Conforme declarou para Rejane Lima - especial ao Estadão (Jornal O Estado de São Paulo) em 23 de agosto:

"Agora vou brigar com o prefeito porque não quero que se chame museu, museu é para velho, isso aí vai ser eterno, vai ser novo eternamente, então vamos ver se a gente fala ‘Casa Pelé’ ou ‘Acervo Pelé’."

 

O assunto merece a sua participação. O que você acha? Casa, Acervo ou Museu?

Na próxima semana, falaremos um pouco sobre o fenômeno “museu”.

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