O livro de Provérbios de Salomão, no capítulo 19, fala que “não é bom agir sem refletir e o que se apressa com seus pés erra o caminho”. Pesquisadores na área de medicina parecem concordar com o rei Salomão. Descobriram várias doenças chamadas “enfermidades da pressa”. A maioria das vítimas de ataque cardíaco caracteriza-se pela “personalidade da pressa”. São as vítimas da impaciência.
A paciência está intimamente relacionada com a paz. A perseverança tranqüila de quem, por exemplo, observa as suaves ondas na barra de Santos, acreditando que aquele grande canteiro das obras de instalação do sistema de despejo de esgoto se transformará no parque público do José Menino: “As Ondas – Santos 21”.
Foto: Cândido Gonzalez
O autor do mais recente projeto para urbanização da plataforma do emissário submarino do José Menino, arquiteto e urbanista Ruy Ohtake, recebeu o título de Professor Emérito da Unisantos, o mais alto grau de reconhecimento oferecido ao docente pela instituição. Como se o destino quisesse presentear o homenageado, a autorização oficial do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) também foi emitida há apenas dois dias antes da condecoração.
Bazileu Alves M. Neves, presidente em exercício do Ibama, assinou a autorização para transformar a plataforma do emissário em parque público e renovou a licença prévia nº 169/2004. Em setembro de 2006, a juíza da 4ª Vara Federal de Santos, Alessandra Nuyens Aguiar Aranha, havia autorizado o município a implantar o projeto, alegando que “a instalação de um parque público rende, sobretudo homenagem à vontade popular, que maciçamente anseia há muito tempo por uma destinação proveitosa e compatível com as características do local, minimizando as causas de insegurança geradas pelo abandono que acomete o imóvel”.
O parque deverá ser uma extensão dos jardins da orla de Santos com grande parte de seus 42766 m² de área ocupada por vegetação. O programa atende a prática esportiva, a contemplação e o lazer. Há espaços para a pesca amadora, jogos e aulas ao ar livre, pistas para caminhada, corrida, skate e bicicletas. Sua inauguração está prevista para junho de 2008, juntamente com a escultura da artista plástica Tomie Ohtake, em comemoração ao centenário da imigração japonesa. 
Ainda reforçando este tema de paz no caminho, dia 27 de maio (domingo passado) foi o Dia Nacional da Floresta Atlântica, celebrado em Santos com um ciclo de palestras que visaram conscientizar a população sobre a importância do uso sustentável da mata.
Este uso implica não apenas na conservação das formações vegetais nativas como também na preservação da fauna e das comunidades tradicionais (caiçaras, quilombolas, caipiras e indígenas).
Na área urbana, a sustentabilidade da Mata Atlântica pode ser incentivada com o cultivo de espécies da flora nativas para arborização pública. Um toque aos paisagistas do “Ondas – Santos 21”.
