Poucos são definitivos. Mas os números divulgados, ainda que provisórios, permitem alinhavar-se contornos de 2011.
Para a gestão econômico-financeira, o saldo da balança comercial é o dado mais relevante: US$ 29,7 bi (+48% sobre 2010, mas inferior ao de 2007 - US$ 40 bi).
As exportações cresceram 27% (US$ 256,0 bi), índice expressivo, mas superado por dois BRICS (India; +45% e Rússia; +32%) e Austrália (+32%). O MDIC agrega tais dados em: básicos, semimanufaturados e manufaturados. Todos cresceram, à frente os básicos (commodities): +36.1%, puxados por café, soja e minério de ferro.
Cresceram também as importações: US$ 226,3 bi (+ 25%), assim como todos seus grupos (bens de consumo, matérias-primas e intermediários, bens de capital, e combustíveis e lubrificantes). Destaca-se o último (+43%) e chama atenção a Europa Oriental: +71%!
Regionalmente, AP (+71%), SE (+60%), RJ (+47%), PA (+43%), AL e TO (+41%) lideram os índices das exportações, enquanto os do AC e AM são negativos. Nas importações, Acre (+128%), AL (+82%), RO (+73%), PE (+69%), SE (+68%), MA (+65%), MT (+60%), PB (+49%), ES (+41%). Já CE e RO importaram menos. Esses dados confirmam o dinamismo das economias fora do eixo Sul-Sudeste.
Para a logística (e os portos, em particular), todavia, mais importante que o saldo é a corrente de comércio (exportações + importações), correlacionada mais diretamente com a dimensão das capacidades instaladas. Ao longo dos 251 dias úteis do ano foram US$ 482,3 bi (+26%), que permitem o Brasil ter 1,3% de market share no comércio mundial. USA, China e Argentina são nossos parceiros-líderes, tanto nas exportações como importações.
No planejamento da requalificação e expansão infraestrutural brasileira, merece atenção o desempenho das correntes de comércio do Centro-Oeste (+32%, equi-distribuído), do Nordeste (destacando-se SE; +65%, PE; +53% e AL; +50%) e do meio-norte (AP; +67%; PA; +41%). Também a dimensão e o perfil necessário da capacidade instalada.
Curioso é que o crescimento desses quatro indicadores não foi seguido, nem de perto, pelo da movimentação física no sistema portuário brasileiro. No total, ela até declinou (834 para 830 mi toneladas), apesar dos contêineres: +8% (6,8 para 7,4 mi TEUs). Variação de preços, de câmbio, da taxa de conteinerização, da cabotagem são variáveis a serem analisadas visando desenhar cenários futuros.
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