Na véspera fora Steve Jobs/Apple e seu iclouds. Agora, no TOC-Europe 2011 (Antuérpia), o cuidado cenário aguardava o anúncio do CEO da Maersk Line, previamente divulgado como bombástico: casa cheia, site específico e brochura cativante apoiavam Eivind Kolding, coincidentemente(?) vestido como no clip, circulando no palco como promotor de autoajuda.
Entusiasmos contidos, a repercussão dominante foi do iclouds como aperitivo de um próximo grande lançamento. Entre congressistas e expositors, com “O novo normal – um manifesto pró-mudança da forma como pensamos a navegação”, a convicção de que a Maersk pretende bem mais que o explicitado. Também repercutiu na mídia, incluindo suas referências. Por exemplo: o editor do Financial Times titulou “Corrida da Apple para prender usuários à nuvem”; e o Lloyd’s List, comentando a notícia em capa: “A navegação precisa de mais simplicidade que de complacência”.
Foto: Maersk
Maersk promete inovar e reduzir custos na prática da navegação
A “mudança radical” referencia-se em outras revoluções, celular e bilhetes aéreos (Internet substituindo agentes de viagem) à frente. Foca o cliente final (exemplificado com a gigante Adidas) e tem triplo objetivo: confiabilidade como forma de reduzir custos logísticos globais (“a nova guerra de tarifas”), simplificação de processos e (novos e mais) cuidados ambientais. Alguém pode ser contra?
“Bem... então... ela vai passar a fazer o oposto do que vem fazendo”, ponderavam alguns calejados pelo histórico da armadora com seus clientes; ceticismo reforçado pela lembrança de imposições de sobretaxas e rompimento de parcerias consolidadas, desestabilizadoras dos ex-parceiros: recentemente Gioia Tauro, Itália; antes Cingapura-Tanjung Pelepas, Malásia; e, especula-se, Hong Kong-Guangzhou, China.
Como ninguem é maior do mundo por acaso, razões haveria(á) para tal aparente platitude: bandeira diferenciadora do novo novo (em idade e no cargo) executivo? Pano de fundo para enfrentar a investigação da Comissão Européia por formação de cartel e abuso de posição dominante? Álibi e meio para estabelecer relações diretas com os donos da carga (eliminando intermediários)?... seguido de fidelização desses para minimizar riscos dos crescents investimentos com mega-navios? Quer ela criar uma “Mclauds”? Mídia, congressistas e expositors retornaram ainda intrigados…