Quinta, 28 Março 2024

CEO da Essor Seguros S.A.​

Depois de o Banco Central (BC) prever que a economia brasileira encolheria 0,5% na semana passada, próprio BC reuniu analistas do mercado financeiro para divulgar pesquisa com retração ainda maior, em torno de 1%. Um cenário preocupante para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) do nosso país, para o corrente ano.  O brasileiro, ainda, poderá enfrentar um aumento de juros, da inflação e do dólar, além de uma alta na taxa de desemprego do país. Uma retração anunciada que não se sabe quão profunda será e por quanto tempo ela vai durar.

 

Embora estejamos cercados de tantas perspectivas anômalas, precisamos apostar, fielmente, no ajuste fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, condição essencial para a recuperação no próximo ano e, para isso, o Congresso Nacional deverá envidar esforços nas aprovações de emendas. Até o economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, enxerga que este é o caminho que o Brasil deve adotar, a fim de que tenhamos um 2016 mais razoável e estável.

 

No entanto, este panorama atípico não é o que se vê no mercado segurador, que continua otimista. Mesmo com o encolhimento da atividade econômica, o ano de 2015 será de crescimento para o setor, alcançando, inclusive, a casa dos dois dígitos. Segundo a projeção da Confederação Nacional de Seguros (CNSeg), a arrecadação atingirá R$ 364,81 bilhões no ano, número 12,4% superior aos R$ 324,57 bilhões registrados em 2014.

 

O presidente da CNSeg, Marco Antônio Rossi, anunciou recentemente que, independente do cenário, o setor de seguros estará no topo dos segmentos de maior expansão na economia brasileira. Esse movimento contrário à crise se explica pelo excesso de demanda do setor. Não há sinalização que contrarie essa máxima, a cultura de consumo do seguro ainda é muito embrionária no Brasil, se valendo ainda de seguros apenas voltados a automóvel, vida e saúde. Sem dúvida, um desafio enorme para o setor, que se depara com uma grande oportunidade para superar a conjuntura econômica nada favorável.

 

Dentro desse mercado a ser explorado, a modalidade de cobertura de pessoas será responsável por grande parte do crescimento do mercado segurador. O segmento de saúde, por exemplo, tem expectativa de alta de 17,5% contra 15,20% no ano passado, e previdência privada que deve atingir alta de 10,5% em 2015.

 

Além desses segmentos, o seguro para transportes merece especial atenção. Tendo em vista o surgimento de novos equipamentos públicos, como os BRTs e VLTs, e as obras viárias, principalmente no Rio de Janeiro, visando as Olimpíadas de 2016.  Só para se ter ideia do tamanho deste mercado, a participação do setor na economia brasileira é relevante, assumindo um faturamento estimado anual em mais de R$ 3 bilhões. Essa é com certeza uma aposta dos seguradores para alavancar o crescimento.

 

O que constatamos é que, embora o transporte rodoviário seja a principal modalidade na movimentação coletiva de usuários brasileiros, o mercado segurador ainda tem muito para avançar e sugerir melhorias nas conduções dos passageiros de ônibus.  Por isso, o Seguro de Responsabilidade Civil para Ônibus (RCO) tende a ser um nicho relevante a ser explorado, e que merecerá investimentos com possibilidades de retorno a curto prazo. O Brasil é um país continental, que tem no transporte rodoviário o eixo de escoamento da maior parte da produção nacional e do transporte de passageiros.

 

A boa notícia é que seguradoras, em parceria com operadoras locais, já oferecem coberturas completas, com atendimento diferenciado, e tão requisitadas pelas transportadoras brasileiras. Continuaremos apostando nesse segmento para 2015, com o intuito de desbravar as dificuldades impostas pela a atual fase econômica.

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