O efeito barreira estuda as relações de qualquer elemento natural, instalado ou edificado que impeça a plena acessibilidade de rota, espaço, mobiliário ou equipamento urbano, sendo assim, uma barreira arquitetônica, urbanística ou ambiental.
As principais consequências causadas por estas barreiras são a redução da interação social e do uso do espaço público, uma vez que o elevado nível de tráfego inibe ou impede a interação social e o uso das formas de locomoção não motorizadas.
Figura 1 – Trânsito intenso nas áreas urbanas
As crianças e os jovens são especialmente afetados, pois eles assumem que aqueles espaços não pertencem a eles, mas aos veículos motorizados, incorporando assim um padrão de comportamento que vai durar toda a vida.
É sabido que quanto maior o nível de tráfego nas vias urbanas menor é o nível de relações humanas. Sendo que tal impacto vem sendo identificado nos principais centros urbanos e consequentemente nas relações humanas cada vez mais focadas no mundo digital. Atualmente, é comum encontrar pessoas que têm amigos em diversos lugares do mundo, entretanto não sabem quem são os seus vizinhos de bairro.
Figura 2 – Ciclistas protestando imprudência no trânsito
Vale lembrar que se o tráfego de veículos elevado é incompatível com o uso da via para lazer, descanso ou socialização. As pessoas naturalmente se retraem e, quando possível, evitam tais locais ou até mesmo o abandonam. Com o passar do tempo, os imóveis vão se transformando, assumindo funções comerciais ou serviços, adotando assim um comportamento “sem vida”.
Devemos refletir sobre o que queremos para as nossas cidades e quais tipos de relação são relevantes para nossas vidas. É importante pensar sobre este progresso e a forma com que o mesmo está impactando as nossas relações e as nossas vidas.
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Referência
VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara de. Transporte e meio ambiente: conceitos e informações para análise de impactos. São Paulo: Edição do Autor, 2006.