O setor portuário nacional pode sofrer um estrangulamento nos próximos três anos, caso não sejam feitos fortes investimentos na infraestrutura portuária. O alerta é do coordenador de Infraestrutura Econômica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Campos, que conversou com o PortoGente sobre o estudo “Portos Brasileiros: Diagnóstico, Políticas e Perspectivas”.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou segunda-feira (17), em Brasília, estudo detalhado sobre as necessidades e os desafios que envolvem os portos brasileiros. O cenário não é dos mais animadores. As obras destinadas aos portos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, irão sanar apenas 23% dos problemas mais urgentes, como reformas de acessos rodoviários e ferroviários, dragagens e ampliações de áreas para movimentação de cargas.
Nesta entrevista ao PortoGente, o professor Ricardo Oliveira de Souza, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental e do Programa de Pós-graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB), faz uma avaliação da situação atual do sistema ferroviário brasileiro.
Embora tenha como costume adotar modelos internacionais para gerir setores estratégicos do País, o governo brasileiro parece estar desatento à tendência mundial para o desenvolvimento da cabotagem. Os países que contam com volumes expressivos nessa modalidade de transporte têm como lema proteger o mercado interno e não deixar a cabotagem ao sabor das altas e baixas da maré internacional. Os Estados Unidos, por exemplo, só autorizam a utilização de embarcações de bandeira norte-americana na cabotagem, com a obrigatoriedade de 75% de mão de obra local entre os tripulantes.
Além de buscar a recuperação financeira após a praga da vassoura-de-bruxa ter mudado os rumos da economia baiana, os produtores de cacau do Sul da Bahia também precisam lidar com um adversário indigesto: a falta de infraestrutura dos portos do estado. O especialista em cacau Thomas Hartmann foi direto ao ponto e, ao PortoGente, disse que os portos da Bahia estão, hoje, muito aquém do que se faz necessário.