Notícias do dia
- Detalhes
- Categoria: Notícias do dia
Leia mais: Secretaria de Administração Penitenciária de SP abre 456 vagas
powered by social2s
- Detalhes
- Categoria: Notícias do dia
Leia mais: Depois do acidente da Americana com a ALL: começa instalação do portão
powered by social2s
- Detalhes
- Categoria: Notícias do dia
Leia mais: Janela Única Portuária implementada nos Açores
powered by social2s
- Detalhes
- Categoria: Notícias do dia
Leia mais: Imbra: saiba como agir quando a empresa pede falência
powered by social2s
- Detalhes
- Categoria: Notícias do dia
A eleição presidencial, no 31 de outubro, será marcada por um fato inédito na história do Brasil. Desta vez, vença Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB), praticamente nada muda no dia a dia de 99% das empresas do País. Há, entretanto, uma exceção e ela atende pelo nome de Vale.
Roger Agnelli, o CEO da segunda maior mineradora do mundo, dona de um faturamento de R$ 32 bilhões no primeiro semestre – alta de 32,4% em relação ao mesmo período do ano passado –, confirmou o fator decisivo que a eleição terá sobre sua permanência na empresa.
Agnelli: ao insinuar que o PT estaria de olho na sua cadeira, ele pode ter fechado portas na Vale
“Tem muita gente procurando cadeira, essa é a realidade. E normalmente é a turma do PT. Toda eleição acontece isso”, disse Agnelli quando esteve na Zâmbia inaugurando uma mina de cobre.
“Agora, a empresa, quem decide são os acionistas.” A declaração do executivo chamou a atenção por ter sido dada justamente em um momento em que a disputa eleitoral tem sido pautada pelas privatizações.
“Ele extrapolou suas funções”, disse José Eduardo Dutra, presidente do PT, ao comentar a postura de Agnelli. Na Cidade de Deus, sede do Bradesco, um dos maiores acionistas da Vale, a atitude não foi bem recebida.
“O Agnelli partiu para o tudo ou nada”, diz um diretor do banco. Agora, seu futuro está nas mãos do próximo presidente do Brasil. Afinal, essa é a primeira vez que o executivo confirma com todas as letras o jogo político que existe por trás da Vale. Não é, entretanto, a primeira vez que ele bate de frente com o governo.
Ao comemorar os dez anos da vale na bolsa de NY, o presidente Roger Agnelli levou seus diretores e
foi aplaudido ao falar do legado que construiu na mineradora
A relação entre o presidente da maior mineradora do País com o governo Lula começou a estremecer, em dezembro de 2008, durante o auge da recente crise econômica. Na época, a Vale anunciou a demissão de 1,3 mil funcionários.
Foi a senha para que o presidente Lula reclamasse publicamente da atitude do executivo. Em seguida, mais precisamente em abril de 2009, Demian Fiocca, ex-presidente do BNDES e homem de confiança do ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi demitido da diretoria de sustentabilidade da empresa.
A partir daí, as relações só pioraram e o governo passou a pressionar a mineradora para que investisse mais no País. Primeiro Lula declarou que a Vale precisava deixar de vender apenas minério para também entrar no setor de siderurgia, comercializando aço – uma decisão complicada. Afinal, a venda de minério é mais lucrativa e, ao produzir aço, a Vale passa a competir com os seus próprios clientes. Nesse contexto, outro personagem passou a jogar pesado para tirar Agnelli do cargo.
Tratava-se de Eike Batista, o homem mais rico do Brasil com uma fortuna estimada em US$ 27 bilhões. No fim de 2009, ele afirmou que, se tivesse participação na empresa, colocaria Sérgio Rosa, então presidente da Previ, o poderoso fundo de pensão dos trabalhadores do Banco do Brasil, e um dos grandes acionistas da Vale, no comando da companhia.
Mas as pretensões de Eike e do governo não foram adiante. O Bradesco bancou a permanência de Agnelli no posto. Mais recentemente, o presidente Lula também se incomodou com o fato de a Vale ter patrocinado o filme A suprema felicidade, do cineasta Arnaldo Jabor, que tem sido um crítico contumaz do governo petista.
O bloco de controle da Vale está nas mãos da Valepar (leia quadro), composta por fundos de pensão de empresas estatais e por companhias privadas. Só que, para destituir o presidente, é necessário ter 67% dos votos dos controladores.
Explosão na mina de carajás (PA): explorar o minério de ferro é, de longe, o negócio mais rentável da companhia,
mas o governo a pressiona para investir em aço e concorrer com seus próprios clientes
Até agora, isso não aconteceu por um motivo simples: a Vale tem se comportado como uma mãe para seus acionistas – especialmente os fundos de pensão das empresas estatais. Dados da empresa de informações financeiras Economática mostram que, em 6 de maio de 1997, quando foi privatizada, a Vale tinha um valor de mercado de R$ 10,7 bilhões.
Na semana passada, a companhia fechou o pregão da terça-feira 19, avaliada em R$ 277 bilhões. No período, com a inflação corrigida, a valorização foi de 1.058%. Outro dado que depõe contra qualquer tentativa de sacar Agnelli de seu cargo é o que se refere aos dividendos.
Desde 2005, a empresa pagou R$ 27 bilhões para seus acionistas em valores atualizados. “O mercado entende que a companhia vive um de seus melhores momentos e que está realmente forte demais para sofrer com a influência política”, diz Pedro Galdi, analista da corretora SLW. Não é bem assim.
Nos bastidores, o nome de Aldemir Bendine, atual presidente do Banco do Brasil, surge como um forte candidato a assumir o cargo de Agnelli na gestão de Dilma Rousseff. E, neste caso, ele tem força para isso.
Foi Bendine que indicou Ricardo Flores, ex-vice-presidente de crédito do Banco do Brasil, para a presidência da Previ, deixando para trás a ala liderada pelo sindicato dos bancários de São Paulo, com nomes como Luiz Gushiken e Ricardo Berzoini, que mandaram na Previ nos últimos oito anos.
Bendine também construiu uma sólida relação com Lázaro Brandão, presidente do conselho do Bradesco, e com Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente executivo do banco de Osasco. Em abril deste ano, as duas instituições financeiras se uniram para criar a empresa de cartão de crédito Elo, com ativos de R$ 20 bilhões.
Em seguida, no mês de agosto, outra parceria entre os bancos tomou forma: foi a entrada no mercado africano junto com o Banco Espírito Santo, de Portugal. O nome de Bendine, portanto, não teria tanta resistência na Cidade de Deus e Agnelli estaria na berlinda.
“Não sei por que ele se acha eterno naquela cadeira. O Agnelli não pode ficar pensando que é ilegítima a pretensão dos outros”, disse Jaques Wagner. “A Previ, que é acionista, tem direito a ter pretensões.”
Na segunda-feira 18, Agnelli esteve na Bolsa de Nova York participando da comemoração dos dez anos nos quais as ações da empresa são ofertadas nos Estados Unidos e adotou uma postura mais amena.
“Temos uma relação muito forte”, disse, referindo-se à candidata Dilma Roussef. Os bancos estrangeiros aplaudiram os resultados da empresa nos últimos anos e projetaram crescimento.
A produção de minério de ferro da Vale atingiu 82,6 milhões de toneladas no último trimestre, número próximo do recorde histórico de 85,8 milhões de toneladas no mesmo período de 2008.
“Estamos vendendo tudo o que temos e 2011 deve ser melhor”, disse Agnelli aos investidores. Só não se sabe se, no próximo ano, ele estará no cargo confirmando as suas previsões.
Fonte: Dinheiro Istoé
powered by social2s
Deixe sua opinião! Comente!