Lula chegou ao complexo às 12h10min acompanhado pelos ministros Fernando Haddad (Educação) e Pedro Brito (Portos), além do governador eleito Tarso Genro. Depois de visitar as instalações, começou o seu discurso, vestindo um casaco laranja da Petrobras. Representantes da estatal calculavam em torno de 1,5 mil funcionários e mais 300 convidados os participantes do evento. O presidente foi esperado em clima de espetáculo, com a operação de telões para os quais as pessoas mostravam fotos de Lula, camisetas do Grêmio, Internacional e até mesmo do Corinthians. Essa última foi autografada por Lula, no final do seu discurso, e devolvida ao fã.
Conforme o presidente, os empregos no setor naval vêm crescendo e hoje são em torno de 50 mil trabalhadores atuando na área. Lula aproveitou para salientar que em agosto o índice de desemprego no Brasil era de 6,7% e caiu agora para 6,2%. O mesmo ocorrendo na grande Porto Alegre, que saiu de 4,6% para 4,1%.
Quanto à Metade Sul gaúcha, o presidente argumenta que o polo naval possibilitará recuperar uma região que era considerada em estágio pré-falimentar. "Estava mentindo quem disse que não dava para fazer plataformas aqui no Brasil", disparou.
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, destaca que o dique seco será muito importante para construção das plataformas que explorarão o Pré-Sal. O dirigente informa que as licitações das plataformas P-58 e P-62, que também têm chances de serem feitas em Rio Grande, serão concluídas ainda neste ano.
Sobre a refinaria de Petróleo Riograndense (ex-Ipiranga), Gabrielli salienta que a Petrobras detém um terço de participação na companhia, que está operando "a pleno vapor". No entanto, não está dentro dos planos da estatal, no momento, adquirir as ações dos outros sócios. Nesta sexta-feira, o dirigente e o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, estarão em Porto Alegre para participar do seminário "Pré-sal e o Rio Grande do Sul - Oportunidades para a Indústria, Trabalhadores e Sociedade".
Gabrielli confirma realização de terminal de GNL na região Sul
O projeto de terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) que a Petrobras pretendia construir na região Sul do País, mas tinha ficado um pouco estagnado nos últimos tempos, sairá do papel. O presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, afirma que a decisão sobre esse empreendimento deverá ser tomada em breve.
As análises técnicas apontam que o complexo deverá ser instalado no Estado, nos municípios de Rio Grande ou Tramandaí, ou em Santa Catarina, em São Francisco do Sul. Há cerca de dois anos, quando as discussões sobre o projeto eram mais intensas, estimava-se um investimento de cerca de US$ 500 milhões em uma estrutura capaz de processar em torno de 7 milhões de metros cúbicos de gás natural ao dia.
Gabrielli lembra que a estatal trabalha atualmente com terminais de GNL localizados no Ceará e no Rio de Janeiro, que permitem a entrada de até 21 milhões de metros cúbicos ao dia. Rio Grande e Tramandaí apresentam vantagens e desvantagens na disputa. No caso do complexo ser instalado no Litoral Norte gaúcho, o terminal se localizaria em uma região de mar revolto, de difícil operação. No entanto, o gasoduto que se conectaria ao terminal poderia aproveitar o trajeto dos oleodutos que vão à região Metropolitana de Porto Alegre para abastecer e escoar a produção da refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Assim, evitaria grandes empecilhos com desapropriação de terras e licenciamentos ambientais. Já Rio Grande apresenta um porto protegido, mas não conta com um mercado consumidor de gás formado.
Uma das interessadas na realização do terminal é a Engevix. O sócio da empresa Gerson de Mello Almada adianta que a companhia tem capacidade para construir um terminal de GNL e está se pré-qualificando com a Petrobras para participar da competição quanto à implementação desse empreendimento.
Engevix planeja expandir empreendimentos na Metade Sul do Estado
O grupo Engevix que, junto com o Funcef (fundo dos funcionários da Caixa Econômica Federal), adquiriu a participação da WTorre nos Estaleiros Rio Grande 1 e 2 (ERG 1 e 2), pretende aumentar os seus empreendimentos em Rio Grande. O sócio da Engevix Gerson de Mello Almada revela que a realização do ERG 3 está dentro dos planejamentos da companhia.
"É uma questão de finalizar a negociação", diz o executivo. Ele lembra que as transações realizadas até o momento envolviam o ERG 1 e 2 apenas e o 3 será o próximo passo. Este projeto ainda está em mãos da WTorre. O dirigente informa que a companhia já está tratando com a Secretaria estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai) e com a WTorre o assunto. O ERG 3 será o local onde ficarão concentradas as empresas de manutenção, que farão pequenos pré-fabricados, grupos que servirão de apoio à infraestrutura do ERG 1 e 2.
O ERG 1 terá capacidade para construir ou reparar de duas a três plataformas de petróleo ao mesmo tempo. Já no ERG 2, será desenvolvida a construção de navios supply boat (destinados à prospecção e produção de petróleo e gás) e de embarcações convencionais para o transporte de minérios.
Almada destaca que a inauguração do dique seco (que faz parte do complexo Estaleiro Rio Grande) abre uma perspectiva muito importante para o polo naval gaúcho. O dirigente acrescenta que os macacões com a marca da WTorre, que vários funcionários vestiam durante a solenidade, serão alterados ainda neste ano. O novo uniforme terá a marca da RG Sul e RG Norte, empresas oriundas da parceria da Engevix com Funcef. A primeira será responsável pelo ERG 1 e a segunda pelo ERG 2.
Fonte: Jornal do Comércio - RS