Algumas reflexões se fazem necessárias nesse mar infestado de tubarões. A começar: para aqueles que tomaram ciência do Termo de Referência, ainda que superficialmente, ficou clara a transferência de todos os riscos do empreendimento para a iniciativa privada. Prosseguindo, a subjetividade na análise de eventuais ocorrências que pudessem interferir nos custos da obra impele o empresariado a defender-se, com custos mais elevados preferencialmente na implantação da obra, dos prejuízos que fatalmente terão de assumir.
A ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), empresa investigada por causar danos ao ambiente e à saúde da população do Rio de Janeiro, citou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de forma indevida em material institucional distribuído em audiência pública. A fundação esclarece que não assinou o relatório que desvincula a poluição gerada pela siderúrgica das condições de saúde da população, e questiona esse documento. A empresa tem citado o relatório como resultado de uma suposta auditoria de saúde, uma das exigências do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) a que a empresa responde, e que vence em 15 de abril.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), autoridade portuária do Porto de Santos (litoral paulista), tem um quadro funcional competente. Todavia, apenas uma minoria – a elite privilegiada – goza de salários altíssimos. Os valores entre R$ 53 mil a R$ 40 mil contemplam algumas chefias, algumas por indicações políticas.
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Petróleo de Pernambuco e da Paraíba (Sindipetro PE-PB) denunciou, na última semana, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) as condições de insegurança na Refinaria Abreu e Lima, localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape. Segundo o coordenador do sindicato, Marco Aurélio Monteiro, a Refinaria começou a armazenar derivado de petróleo (óleo diesel), no tanque – 50004, e até a presente data a entidade não obteve resposta sobre plano de emergência em situação de risco.
O rei está nu, como diz sábio ditado popular. Esta sexta-feira (4/4) mostrou ao Brasil e ao mundo o outro lado dos cruzeiros marítimos de luxo. Um grupo de 11 pessoas em condições de trabalho análogas às de escravos no cruzeiro de luxo MSC Magnifica, pertencente à MSC Cruzeiros, foi resgatado. O flagrante aconteceu em fiscalização conjunta envolvendo diferentes órgãos realizada no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, entre os últimos dias 15 e 16 de março, e o resgate foi feito nesta semana em Salvador (BA), cidade para onde o navio seguiu depois da primeira abordagem. Segundo a fiscalização, a empresa se recusou a pagar as verbas rescisórias e a reconhecer o resgate. Procurada, a empresa afirmou em nota que “repudia as alegações feitas pelo Ministério do Trabalho e Emprego” e que “não recebeu nenhuma prova ou qualquer auto de infração”.