O Comitê de Política Econômica (Copom) elevou, nesta quarta-feira (3/12), a taxa básica de juros (Selic) em 0,5. Com isso, a taxa encerra o ano em 11,75%. “Era uma atitude aguardada pelo mercado, tendo em vista que a inflação continua sendo pressionada e existe a perspectiva de que ultrapasse os 6,5% ao ano. A medida tende a evitar essa situação, colocando um freio no consumo, especialmente em época de Natal, e para minimizando os possíveis repasses de preços”, avalia o coordenador da graduação de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM). “Em contrapartida, juros mais altos mantêm a economia em crescimento estagnado, que poderá gerar aumento de desemprego e prejudicar ainda mais a política econômica que, nesse momento, precisa reverter o quadro rapidamente. Um ponto fundamental para o governo é estimular a indústria, um grande empregador, a retomar os investimentos, para que possa produzir produtos mais competitivos.”
Segundo ele, a desvalorização do real, o resultado negativo da balança comercial e a falta de transparência da presidência diante do superávit primário provocam a desconfiança no cenário internacional, prejudicando o grau de investimento e tornando os empréstimos externos mais caros. “Esses fatores são críticos e a nova equipe econômica precisará de jogo de cintura e liberdade para colocar as novas propostas em prática sem perder a perspectiva de manutenção da melhoria de qualidade de vida”, conclui.
2015 reveste-se, indubitavelmente, de muitas incertezas com relação à economia nacional e internacional. Não há como negar, ainda, que o mercado aposta suas fichas na nova equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma que tem à frente Joaquim Levy, ministro da Fazenda.