O portuário do Espírito Santo, Luiz Fernando Barbosa Santos, também entrou no debate sobre gestão portuária, assim como o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli. Para este último, precisamos experimentar modelos de gestão de cunho mais comunitário, com ênfase nas obras práticas de governança, como Roterdã, Antuérpia e Hamburgo. ”Quanto maior a intervenção do governo central, menor o comprometimento das regiões portuárias, que, destituídas de poder e de responsabilidade, caem inevitavelmente no comodismo e na inércia." Para Santos, é que não temos de fato uma Autoridade Portuária à altura das demandas e do gigantismo produtivo do País.
Artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 26 último, assinado pelo presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, põe luz em uma questão de fundamental importância para a eficiência da logística portuária: “O governo se disponha enfrentar a obsolescência do modelo de administração portuária das Companhias Docas e das autarquias estaduais e municipais ... serviço de dragagem é indispensável, mas insuficiente para eliminar os gargalos que prejudicam a performance do sistema portuário.”
Em artigo publicado no site Portogente, o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, tece uma crítica contundente aos que dizem que o modelo da Zona Franca de Manaus (ZFM) não traz benefícios ao País, tanto para a sua economia como para a sociedade. O empresário é taxativo: ”O modelo Zona Franca de Manaus, açoitado por uma crise que decorre da omissão de responsabilidades federais no que se refere ao provimento de infraestrutura, que solapou historicamente sua competitividade, comparece com 50% dos impostos recolhidos pela União na Região Norte.”
Nesta terça-feira (26/5), a Universidade Católica de Santos, UniSantos, realiza o seminário preparatório do IX Conferência de Engenharia Costeira e Portuária em Países em Desenvolvimento (Pianc/Copedec 2016). Organizado pela Associação Mundial para Infraestrutura do Transporte Aquaviário (Pianc), em conjunto com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que vai ocorrer em outubro de 2016 no Rio de Janeiro, onde já ocorreu também em 1995. Coincidência ou não, acontece no momento em que o governo Dilma sinaliza para a atração de investidores em infraestrutura para o setor.
Em estudo técnico que Portogente publica nesta segunda-feira (25), a Federação Nacional dos Portuários (FNP) defende que a gestão dos canais de acesso aos portos é estratégica e compõe uma atribuição de Estado, exercida por meio das empresas públicas. Para a entidade, a retirada dessa atribuição enfraqueceria ainda mais os portos públicos na concorrência com os portos privados.