Quinta, 14 Novembro 2024

Representantes diplomáticos/governamentais de duzentos países discutem (esta é a palavra!), pensando mais nos interesses próprios que na grave questão global.

Iniciada neste dia 11, prossegue até 22 de novembro em Baku, Azerbaijão, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Conferência das Partes, ou COP-29). Representantes diplomáticos/governamentais de duzentos países discutem (esta é a palavra!), pensando mais nos interesses próprios que na grave questão global. E quem leva para esta reunião o tema do comércio marítimo internacional prejudicado por essas catástrofes?

navio seco
”Navios do Deserto”, navios desertos... e o clima? / Foto: https://wallhere.com/pt/wallpaper/1860617

Veja mais: United Nations Climate Change - ¿Qué es la COP29?

Falam na COP sobre enfrentamento da crise climática mundial (que vários governantes negam existir, mesmo entre ciclones sobre suas cabeças e queimadas sob seus pés!). É a “COP do Financiamento”, debate que ocorre enquanto terra, água, vento e fogo destroem recursos econômicos por todo o planeta... E há quem diga haver tempo de sobra (para bolsos trilionários ficarem ainda mais cheios).

Veja mais: Vitória de Trump Preocupa Parceiros Internacionais Antes da COP29

Preparando remédio salvador para paciente que já morreu: com tantos impasses, fica aquele chove-não-molha das conferências anteriores, com decisões espetaculosas que o vento leva e o fogo consome (lembram o que Trump fez com o Tratado de Paris-2015?). Em meio a questões mais imediatas (inundações, queimadas, destruições, mortes), sobra tempo para pensar como ficará o comércio marítimo mundial nesse contexto?

Veja mais: Os efeitos das mudanças climáticas e os impactos da Rota do Mar do Norte no comércio internacional

Vejamos Manaus, um pequeno exemplo: adaptado à enorme variação histórica no nível do rio Negro, construiu em 1907 o cais flutuante do Roadway. Mesmo que continue funcionando bem, de que adiantará, se nem canoas ultrapassarem leitos arenosos onde se caminha em largos períodos do ano? Não esperamos oceanos secos, pelo contrário, mas... quais portos marítimos conseguirão operar em águas mais elevadas?

Veja mais: Os efeitos das mudanças climáticas e os impactos da Rota do Mar do Norte no comércio internacional

Que adiantará os portos funcionarem, se as mudanças climáticas mudarem também as rotas oceânicas? O degelo da calota polar ártica já recriou a “Passagem Nordeste”... O “novo normal” climático pode cancelar portos importantes, pois quem quer ver seu navio no meio de um tsunami ou impossibilitado de operar no cais por falta de energia para os porteineres? As vias terrestres, sob inundações e queimadas, também não prejudicam o tráfego marítimo? Que rotas mercantes serão suspensas por pandemias e seus mosquitos vetores? Que economias (e países) submergirão aos danos climáticos? Ah, e quanto isso afetará os custos do transporte?

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Pois é. Há bastante o que debater, se quiserem. Foi-se há muito o tempo em que a única preocupação com o clima era a expressada pelas manchetes de alguns jornais: “Chuva. Porto parou”.

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