Humildemente sugerimos que as lanternas sejam também colocadas dos lados, em cima e até por baixo. Existem motivos para que os assuntos sejam bem iluminados...
No dia 2 de dezembro, a Câmara Municipal de Santos promove um seminário sobre Modernização dos Portos. Com o lema “Lanterna na Popa e na Proa”. Humildemente sugerimos que as lanternas sejam também colocadas dos lados, em cima e até por baixo. Existem motivos para que os assuntos sejam bem iluminados...
Terminal portuário de Chancay, Peru
Foto: ANDINA/Juan Carlos Guzmán
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A expressão “Lanterna na popa” teria surgido no título do livro autobiográfico do ex-ministro Roberto Campos, significando uma luz sobre seu passado. Outros ampliaram a metáfora, colocando também lanterna na proa, como um farol iluminando o caminho a percorrer. Talvez agora seja o momento de tornar o navio feericamente iluminado, para que não fiquem pontos escuros e o exame das questões por todos os lados traga luz sobre o que precisa ser feito, onde e quando.
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Uma das luzes precisa apontar para o Peru, onde a China inaugurou dia 14/11 um megaporto para uso continental, pensando numa rota comercial direta “de Chancay a Shanghai”, acendendo preocupações sobre como ela afetará o comércio marítimo internacional. Claro que impactará no Brasil e especialmente em Santos, que ainda vai “planejar” um terminal ‘offshore’ em águas profundas – e toda a logística para movimentar suas cargas.
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Nas laterais do nosso navio, será também e cada vez mais necessária iluminação, para evitar colisões com ‘ferries’ e outras embarcações, especialmente com os navios crescendo tanto que logo precisarão ser dobrados ao meio para fazer a curva na Ponta da Praia (exagero? O ‘Tokyo Bay’ que o diga...)
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Recomendável ainda é acender lanternas sob o casco e acima do navio, para conferir profundidade do canal e vão disponível sob as pontes, já que de vez em quando autoridade confunde profundidade com calado, até acha bonito falar em “frete portuário” e outras pérolas colhidas aqui e ali... para não citar as cultivadas em forma de pontes que impedem a navegabilidade dos cursos d’água nacionais.
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Há muito o que conversar neste seminário, e não é só sobre legislação e questões jurídicas, investimentos e eficiência. Cabem aí temas como segurança com produtos perigosos, ampliações ficando inviáveis, efeitos no/do tráfego urbano, da/na crise climática e na/da expansão das cidades... – e, claro, como Trump, Xi, Putin e outros mais discretos pretendem manipular a economia mundial e as consequências disso para o porto. Ah! Usem lanternas abastecidas pela usina hidrelétrica de Itatinga, inaugurada... em 1910!
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