Quinta, 14 Novembro 2024

Ph.d Arq. Urb Carlos Andrés Hernández Arriagada

Universidade Presbiteriana Mackenzie – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAUMACK – LABSTRATEGY - https://www.lab-strategy.com/

Discente Laura Rodrigues Cortez

Universidade Presbiteriana Mackenzie – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAUMACK – LABSTRATEGY - https://www.lab-strategy.com/

MS.c Arq. Urb Carlos Murdoch

Universidade Veiga de Almeida – Rio de Janeiro – Faculdade de Arquitetura –

FAUMACK – LABSTRATEGY - https://www.lab-strategy.com/

O que pensamos ao identificarmos zonas potenciais para o crescimento nacional, frente ao atual contexto da falta de políticas públicas, que venham emergir como os já idos “Planos Nacionais Brasileiros”, estandartes de modernização, imagem e valores para as demandas de um vasto território que urge da necessidade de se reinventar neste transcorrer de século.

Neste âmbito se constrói a necessidade de políticas estratégicas nacionais, possibilitando a qualificação humana, o desenvolvimento tecnológico e intelectual de novas vertentes para a construção naval, voltando-se para o aprimoramento de pesquisas e a segurança nacional.

É fundamental dentro desta premissa estabelecer um questionamento que direcione para reflexões dentro do atual contexto brasileiro:

“Como afrontaremos neste século, ao longo de uma costa oceânica de mais de 450 cidades frente mar a possibilidade de reinterpretar territórios possíveis para a geração econômica, frente às diversas intempéries humanas e climatológicas?”

Devemos recordar que, há 10 anos atrás, o tráfego marítimo brasileiro representava 90% do comércio exterior realizado. Assim, uma forma de alinhar uma progressão para a evolução portuária é o preparo de costas e enseadas, estrategicamente compreendidas como a oportunidade do renascimento naval nacional.

Assim adaptando-se às demandas contemporâneas de competitividade internacional, de geração de inovação, emprego e ciências aplicadas a tecnologias e novas oportunidades para cidades, cada vez com a necessidade de serem renovadas e expandidas através de uma visão sustentável; tais como hubs urbanos e modelos possíveis de políticas públicas para as diversas geografias do território brasileiro.

É necessário destacar a cidade de Itaguaí, no Estado do Rio de Janeiro, foco desta reflexão, caracterizada pela territorialmente pela sua reentrância geográfica frente ao mar, localizada 22° 51′ 07″ S, 43° 46′ 30″ O e com aproximadamente 133.019 habitantes conforme o IBGE de 2019. Demostrando a importância de se fomentar a inovação frente às zonas urbanas degradadas presente neste território, seus setores portuários e de estocagem, onde atualmente dorme o projeto do primeiro submarino nuclear brasileiro.

No panorama Internacional têm-se como destaque a utilização de energia nuclear para diversos fins, e em debate constante devido aos possíveis impactos globais, mas que conforme apontado pela ONU, a autorização para estes modelos deve ser altamente rigorosa e tomasse como exemplo o caso Australiano, o qual deve ser aprovado nos próximos 5 (cinco) anos.

Isto decorre devido a alta tecnologia utilizada, que migra das tradicionais energias de propulsão para o uso de energia nuclear, baseadas no enriquecimento de urânio, por meio de aquecimento e vaporização de água, fazendo com que amplie a capacidade de tempo de submersão, velocidade e ampliando a extração do material nas minas existentes na Bahia, gerando maiores empregos na cadeia produtiva brasileira.

Nos últimos dias, a notícia comunicando a licitação de zonas do Porto de Itaguaí, volta a resgatar a possibilidade em se estabelecer um setor de produção tecnológica naval, cuja localização e a base de submarinos na Ilha da Madeira, 22°55'34.9"S. 

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43°51'00.8"W.

Imagem 1. Localização da Cidade de Itaguaí e base do submarino Ilha da Madeira no Rio de Janeiro. Fonte: Autores.

A partir deste singelo olhar, a indústria de tecnologia naval em submarinos, o chamado sonho nacional brasileiro, do tão esperado “Submarino Nuclear”, que em dias vindouros poderá ser uma realidade frente aos atuais programas que devem surgir ao longo do território carioca.

Isto nos permite apontar avanços na educação naval, em processos logísticos de novos funcionamentos socioeconômicos territoriais, como a Amazônia Azul, de macro competitividade, além de cadeias de serviços e de empregos qualificados.

Isto posto, se permitirá o surgimento de hubs de inovação e aprimoramentos tecnológicos, geradores de segurança nacional, devido ao sistema de propulsão nuclear, de interesse político-estratégico, segundo o Capitão-de-Mar-e-Guerra Loila, R. (2010)

Portanto, este século nos permite estabelecer na costa brasileira, um setor como possível modelo replicável, pelos seus aspectos geográficos, caracterizando a proteção costeira, o desenvolvimento territorial e articulação das zonas de produção logística existente; são a oportunidade de implementação de novos aspectos para a geração de novas características de ocupação das bordas marítimas.

A geração econômica necessária para tal desenvolvimento, será possibilitada por capital nacional e/ou por uma política pública, entre o governo federal e empresas privadas, alavancando um modelo misto, com uma estrutura legal, licitada dentro de um modelo competitivo, assim estabelecendo o possível “Hub Tecnológico Nuclear para Desenvolvimento Marítimo”, possibilitando um modelo nacional.

Neste contexto de altas e competitivas demandas internacionais, as quais se somam as precauções aos impactos climatológicos, a necessidade para geração de Hubs inteligentes, como as chamadas Smartdockland, tendo como exemplo o modelo de Dublin, leva a estabelecer territórios sustentáveis e de baixo impacto ambiental.

Nesse contexto, o Brasil deverá gerar uma cadeia industrial e produtiva promotora de energia nuclear, como previsto inicialmente em 2017, pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos – PROSUB, de modo a evitar a decadência do sistema marítimo, nos âmbitos militares, econômicos e sociais, que surgem como consequências da existência de disputas e conflitos de interesse para o desenvolvimento econômico próprio.

Assim, se considera necessário que esta visão apresentada acima, dê um possível futuro nacional e estratégico promissor para este século, permita que haja na nossa sociedade a construção de uma mentalidade que diverge da seguinte afirmação abaixo:

“Submarinos são lembrados sempre que se deseja negar o uso do mar ao inimigo” Loila, R. (pg.69, 2010)

Fontes

Câmara Municipal de Itaguaí. < Disponível em: https://www.itaguai.rj.leg.br/institucional/historia. Visitada em 01 de novembro de 2024>

Como está o projeto do Submarino Nuclear Brasileiro? <Disponível em: http://sinaval.org.br/2020/08/como-esta-o-projeto-do-submarino-nuclear-brasileiro/Visitada em 01 de novembro de 2024 >

GIELOW, I. Folha de São Paulo. 2024. ONU condiciona aval a submarino nuclear do Brasil a Inspeções Rígidas. <Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/01/onu-condiciona-aval-a-submarino-nuclear-do-brasil-a-inspecoes-rigidas.shtml. Visitada em 01 de novembro de 2024 >

MACHADO, R. L. O Submarino Nuclear Brasileiro. Fábrica de livros. Rio de Janeiro. 2010.

THENÓRIO, I. 2021. Como funciona o submarino nuclear brasileiro? <Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7bAaBL6CKV4. Visitada em 01 de novembro de 2024 >

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