O turismo sustentável é um estilo de viagem que visa atender às necessidades dos turistas e das comunidades locais.
A nova temporada de cruzeiros no Brasil está oficialmente aberta, trazendo consigo não só a beleza de grandes navios iluminados cruzando o horizonte, mas também o entusiasmo dos passageiros e o fascínio de quem os observa ao longo das praias. Este segmento da atividade turística representa uma injeção significativa na economia global, movimentando US$138 bilhões em 2022 e gerando cerca de 1,2 milhão de empregos ao redor do mundo.
Navio MSC Seaview visto da sede do Portogente.
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Em Santos, o pontapé inicial da temporada veio com a chegada do MSC Seaview, o primeiro de uma longa lista de navios que devem movimentar mais de 1 milhão de passageiros e adicionar R$1,5 bilhão à economia regional, além de gerar empregos diretos e indiretos nos setores de comércio, indústria e serviços. O Porto de Santos se prepara para receber cerca de 150 escalas ao longo dos 170 dias de temporada, aquecendo a economia local e fortalecendo a imagem do Brasil como destino de cruzeiros.
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Apesar do potencial evidente, é intrigante que, com uma temperatura média anual de 24,92°C, o Brasil não aproveite as oportunidades para receber cruzeiros o ano todo, como ocorre em cidades europeias como Gênova, Barcelona e Nápoles. Entraves como a legislação trabalhista e a falta de infraestrutura portuária são desafios que impedem o país de capitalizar sobre o turismo marítimo de forma contínua. Estudar os modelos de sucesso desses destinos internacionais poderia fornecer insights valiosos para políticas e investimentos em infraestrutura capazes de transformar o Brasil em um destino permanente na indústria global de cruzeiros.
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A discussão sobre a falta de infraestrutura no Brasil é constante, mas agora, mais do que nunca, é hora de unir esforços. A atuação da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos, juntamente com o Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI), será crucial para a elaboração de soluções que permitam ao país captar mais investimentos e tornar as praias ensolaradas do Brasil atrativas para a indústria de cruzeiros durante o ano inteiro.
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Em Santos, uma medida promissora foi anunciada pelo Ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, com o plano de construção de um novo terminal de passageiros, bem como a assinatura de protocolo com Genova, na Itália, no sentido de incrementar o Parque Valongo, em Santos. A iniciativa merece reconhecimento e deveria servir como modelo a ser replicado em outros portos brasileiros, aproveitando o potencial turístico e econômico do país. Em breve, Portogente abordará essa discussão na seção Porto-Cidade, explorando como o Porto de Santos se insere em um projeto que valoriza seu potencial local e projeta uma nova temporalidade para a relação porto e cidade.
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Que essa nova temporada não seja apenas um espetáculo de passagem, mas um lembrete do imenso potencial de desenvolvimento do Brasil na economia dos cruzeiros.
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E se tivéssemos cruzeiros o ano inteiro?
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