Logística é uma função essencial do porto, como é a dimensão humana da cidade
Na última quinta-feira, simultânea ao editorial do Portogente sobre o túnel submerso do Porto de Santos, a manchete do principal jornal de Santos anunciava que “Audiências Públicas do túnel têm início em abril”. Em página interna, destaca que se trata da maior obra de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Também frisa que, de acordo com a Autoridade Portuária, o cronograma da obra ainda não está definido,
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Tais procedimentos visam dar publicidade do projeto, no sentido de promover sua validade, não obstante, sem conseguir rechaçar a memória de quase um século de promessa vazia. Também passa longe da certeza da realização a palavra de mostrar a modelagem econômica, em abril. Só desajuda o clima de conflito com o governo do Estado de São Paulo, como anunciou a CNN, “que o governo federal definiu um cronograma tentativo de construção do túnel submerso e decidiu que o Estado de São Paulo ficará fora do financiamento direto da megaobra”.
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A visita à Santos que o presidente Lula tem agendada para 2 de fevereiro, dia da fundação do Porto de Santos há 132 anos, decerto não irá alimentar o conflito com o governador Tarcísio, que critica a disputa de paternidade da obra pelo ministério de Portos e Aeroportos, cujo titular, ministro Silvio Correa Filho, Republicanos, é do seu partido. E assinala que “se houvesse uma decisão de levar adiante o túnel Santos-Guarujá, sem entrar em questões políticas, a consulta pública teria sido aberta no último trimestre de 2023”.
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Trata-se de uma obra de Governo, de característica técnica bem complexa e com gestão política. O cronograma tentativo não tem base robusta para projetar a assinatura do contrato de PPP em 15/12/24. Surpreende o fato de estudos realizados sobre esse túnel pelo Estado de São Paulo não fazerem parte da documentação dessa obra gigante. Entretanto, neste caso, a integração dos governos federal e estadual é fundamental.
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A análise desse cenário começa por avaliar a capacidade de gestão para tocar um projeto desse porte. Uma obra que, há quase um século, o anúncio da sua realização a cada quatro anos volta à baila, como promessa política festiva. Trata-se de uma das mais complexas soluções da engenharia, intolerante a desaforos. Politicamente, o resultado será debitado na carreira do presidente Lula que realizou a histórica transposição do rio São Francisco.
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