Nada de novo na esfera política. A troca do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB) por Sílvio Costa Filho (Republicanos) é uma estratégia de governo de coalizão imperativa, no arranjo partidário para fortalecer o processo democrático no controle da governabilidade. Entretanto, não será trivial sustentar o otimismo e a robustez de propostas em curso, visando a produtividade dos portos, que motivou o manifesto das federações dos trabalhadores portuários. Decerto, alinhado com o silêncio empresarial.
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O novo ministro encontra os portos imbuídos de avanços já definidos e desejáveis que sirvam de programa para a sua gestão. No caso do Porto de Santos, o túnel submerso e o aprofundamento do canal de acesso, de forma a aumentar a produtividade da navegação. Ele pede licença do seu partido, sem significar que se isola do governador de São Paulo, do mesmo partido. Tarcísio teve um desempenho baixo no ministério de Infraestrutura, mas, como governador de São Paulo, tem interesse de influenciar no Porto de Santos.
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Sílvio Costa é um político experimentado e da boa escola do ex-governador do Pernambuco, Eduardo Campos, fundador do PSB do Márcio França e que faleceu em desastre de avião ao tentar posar na Basse Aérea de Santos, a caminho de um evento portuário. Seu estado tem dois importantes portos: de Recife e Suape. Os resultados pífios das últimas diretorias do Porto de Santos são exemplos da complexidade desse setor, essencial ao desenvolvimento econômico, social e tecnológico do Brasil.
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No caso de Santos, a substituição do Márcio França, político da região, promove uma perda política incomum a ser suprida pelo novo ministro, que poderá contar com o apoio da bem articulada comunidade portuária. Mesmo assim, o histórico político de Sílvio Costa preocupa, ante o desafio de garantir a continuidade da forte energia do seu antecessor e a construção do túnel submerso, realizações sem apelo para um político pernambucano.
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Márcio França é uma liderança política regional destacada. Seus vínculos com a região e sua vida pública têm destaque por sua obstinação por concretizar anseios coletivos. Como aprofundar o canal de acesso ao porto e ligar as suas margens com um túnel submerso, obras há muitos anos anunciadas e essenciais para o futuro do Porto de Santos. Que fazer, quando, os interesses regionais, o importante e fundamental são deixados de lado? Com a palavra a comunidade portuária, no seu sentido amplo.
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Se há uma certeza prevalente na comunidade portuária de Santos é de que o compromisso de Márcio França com o porto ia se realizar. São demandas quase centenárias do porto e sua região. Na infância, o presidente Lula vendia no Porto de Santos quitutes que sua mãe, Dona Lindu, preparava. Seu pai também era ensacador portuário. É o presidente da república brasileiro com mais tempo de mandato democrático. Na política dos portos, a última palavra é dele.
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