O transporte no novo tempo do mundo físico-digital (Figital)
O protagonismo do Brasil na COP 27, em Sham el-Sheik, no Egito, em novembro/22, como a segunda maior delegação no evento e o primeiro gesto de Lula como presidente eleito, também presente, impõe uma pauta ao debate da sustentabilidade nos nossos portos. Horizonte em que o Complexo Portuário de Suape tem se destacado como um porto comprometido com as práticas ESG (sigla em inglês para Ambiente, Social e Governança). Na Europa, nos próximos dias 1 e 2, na conferência anual da Organização Europeia dos Portos Marítimos, em Bremen, EXPO23, o tema principal será os portos da Europa parceiros na corrida para o net zero, que significa zerar a emissão de gases do efeito estufa.
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Esse assunto está vinculado a zerar a queima de combustível fóssil nos transportes. O Brasil tem potencial para encabeçar e beneficiar-se dessa nova cultura, como oportunidade. Como deu no Valor (27/3), investimento em energia limpa na América Latina em 2023 deve chegar a US$ 20 bilhões. Os portos têm papel importante no processo de movimentar mercadorias e pessoas com emissão zero de carbono. Ao mesmo tempo, fazendo a transição para o combustível verde.
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Por isso, os portos precisam ser parceiros nessa campanha. Para tanto, é necessário planejar e ter estratégia para chegar em 2050 com padrão de carbono zero. Portanto, é determinante traçar meta e caminhos. Há engenharia nacional com competência mundial para dar soluções avançadas. Com uma visão holística para os múltiplos papéis de combustíveis e energias verdes, levando em conta o potencial da natureza brasileira, “cujo território é assentado na mais bela e luminosa província da Terra”, como expõe o intelectual Darcy Ribeiro.
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Os portos brasileiros alinhados nesse propósito é um debate nacional e permanente, compartilhando experiências exitosas. O portal Portogente abre seu espaço para essa conversa, a partir do dia 17 de abril, na Internet, expondo a posição de Suape, comparando-a com outros portos brasileiros e sul-americanos. A cobertura das nossas florestas é potencial relevante na produção de energia verde. Tudo isso traduz-se por expor o diferencial brasileiro e desenvolver uma nova economia. Expor realidades, trocar experiências e demonstrar soluções estimulam a percepção e fomentam união para enfrentar um problema comum.
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Hoje, a atividade portuária desempenha um papel muito maior do que movimentar carga no cais. A força da sua competitividade e a sua influência regional cruzam oceanos e alcançam longínqua hinterlândia. A prática de princípios sustentável, social e de governança, realça potenciais para fortalecer relações de negócios no novo tempo do comércio marítimo. Como diz a célebre frase do secretário-geral da ONU, Kofi Annan dirigida a 50 CEOs de grandes instituições financeiras: Who Cares Wins (Ganha quem se importa). Qual investidor hoje aplica seu capital em um empreendimento de porte em conflito com as práticas ESG?
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Tais princípios são cada vez mais exigidos para obtenção de empréstimos bancários e na contratação de seguros. As referências do porto com as responsabilidades climática, social e governança, podem também repercutir nas marcas de seus usuários, por exemplo, importadores e exportadores.
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