Sexta, 22 Novembro 2024

Na China, as pessoas produziam bens para o comércio, ao contrário da Europa, que ainda tinha uma economia feudal. (Cargas/Greg Clydesdale)

Dad 22DEZ2022É polêmica a posição manifestada pelo presidente, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Vander Costa, em ofício enviado ao vice-presidente da República do governo eleito, Geraldo Alckmin. Ao considerar fundamental a manutenção da atual estrutura do ministério da Infraestrutura: de maneira unificada e integrada, com o comando sobre todos os modais do setor, contradiz fatos. Parece que essa alegação não leva em conta a real situação dos portos, que há muito precisa mudar, e o modelo atual de ministério, há década, vem se mostrando ineficaz.

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Nas últimas duas décadas, a governança dos portos vem mudando, no mundo. As relações público-privadas buscam ser mais ágeis, com as novas tecnologias da informação, que ampliam a capacidade de monitorar, do dono da carga. A crise financeira num crescendo e escassez global, obrigam os governos a fazerem mais com menos. Talvez o presidente da CNT desconheça a realidade do Porto de Santos, cujas políticas são formuladas pelo modelo de ministério que ele propugna e a sua resultante vai no sentido contrário do desenvolvimento. No que diz respeito a alcançar resultados, metas não foram atingidas, caracterizando uma estrutura dispersa e desintegrada.

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A realidade dos maiores portos do mundo é consequência de gestões competentes, comprometidas com metas no processo de competitividade, com projetos robustos e investimentos intensivos. Propósitos que em 1975 motivaram a criação da extinta Portobrás, cujo período exitoso deu-se na gestão do saudoso engenheiro Arno Oscar Markus. No segundo mandato do presidente Lula, foi criada a Secretaria Especial de Portos, com o papel de assessorar o presidente da República e formular políticas para o desenvolvimento do setor, como foram os programas de dragagem e do porto sem papel, um sistema digitalizado moderno de troca de informações.

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O modelo de ministério de Transportes propugnado pelo presidente da CNT junto ao próximo governo federal, representa os últimos quatro anos ruidosos e de atraso dos portos brasileiros, incluindo um privilégio acintoso, em troca de apoio eleitoral, aos portos do Paraná. Um movimento impulsionando a privatização, que o único processo realizado, e mal-acabado do Porto de Vitória / ES, tem conclusão duvidosa. Em poucas palavras, foi um desmonte dos principais portos brasileiros. Portanto, é fundamental reeditar a SEP do segundo mandato do presidente Lula.

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Vem sendo aventada a hipótese de ser criado o ministério ou secretaria dos Portos e Aeroportos. Não é o ideal, mas se traduz por um significativo avanço na concentração de esforços atrelados a propósito, em que a autoridade portuária tem papel central e o Conselho de Autoridade Portuária – CAP deve reconquistar o seu papel deliberativo, bem como fortalecer a participação da comunidade do porto. Pautas essas que são mais bem negociadas no âmbito de um setor ad hoc, cuja finalidade é fomentar produtividade no porto. Um debate em que portos e CNT, juntamente, têm a mesma realidade a tratar, da movimentação mais ágil de mercadorias e pessoas nas logísticas intermodais, por terra, ar e água.

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Portogente, líder entre os concorrentes, amplia essa conversa na web. A produtividade do comércio marítimo do Brasil será o grande trunfo para um enfrentamento exitoso da turbulência na economia global que se aproxima. Para conquistar novas oportunidades e fortalecer relações com mercados globais, portos produtivos são determinantes, para entregar no tempo certo e por menor custo. Esse debate aberto, sem fronteiras e conectando o mundo, tem início no pé desta página.

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