Não há nada mais difícil de controlar, mais perigoso de conduzir, ou mais incerto no seu sucesso, do que liderar a introdução de uma nova ordem - Nicolo Machiavelli (1469-1527)
Afigura-se como uma jabuticaba, a tentativa de impedir a Brasil Terminal Portuário – BTP de participar do leilão do terminal portuário STS10, no Porto de Santos, por ser controlada pelos armadores Maersk e MSC, alegando concentração de mercado. Mesmo disputando num ambiente com mais três terminais, um deles privativo, além de outros gigantes dos mares e sem atar a mão invisível do mercado. Acerca da projeção tão propalada, de dobrar a movimentação como resultado de investimentos intensivos, é urgente que o principal porto do Hemisfério Sul promova arranjos estruturais, integrando mais a sua logística.
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O anúncio da Maersk de que não faltará dinheiro para investir é bem distinto de concentração de mercado. Trata-se de foco (core business) e estratégia para atingir metas bem definidas. isto é muito saudável para o porto e para o Brasil. Aumentar a movimentação de contêineres, como produtividade, é condição essencial para fazer o Porto de Santos decolar da distante 46ª posição entre os portos do mundo desse setor.
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A discussão desse leilão focada em impedir a participação da BTP, como uma puxada de tapete, parece considerar, equivocadamente, que a Maersk e MSC são os únicos armadores que operam no Porto de Santos. E pior, condena o País ao atraso, por não levar em conta a atual tendência de formar parcerias (global networks) para produtividade, na logística da tecnologia blockchain e navios digitais. É básico o uso da inteligência de negócios, por armadores, na percepção de sinergias entre parceiros potenciais ao redor do mundo.
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É legítimo o propósito da BTP de superar a ociosidade do atual terminal, para aumentar a sua produtividade e eficiência no Porto de Santos, com maior movimentação de contêineres. Na outra ponta, vai favorecer o custo do produto para o consumidor, bem como gerar oportunidade de negócios, pelo aumento do fluxo de mercadorias em contêineres, através das ferrovias e da cabotagem. Uma mudança coerente com o novo momento tecnológico e ambiental.
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O Brasil é grandioso e exige soluções na sua dimensão. Na logística do comércio deve haver eficiência, desde o fornecedor e até a distribuição. Se vencer o leilão STS10, certamente a BTP vai agregar produtividade ao maior porto brasileiro. Assim, destacá-lo melhor entre os maiorais do mundo.
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