As redes globais de produção impõem às empresas a adoção de estratégias para minimizar os riscos de interrupção no fornecimento.
Oportuno debater as ferrovias do Porto de Santos à luz da recente junção das empresas públicas Valec e EPL, para criar a Infra S.A. A primeira, focada no planejamento e engenharia de estradas de ferro. A EPL, voltada ao planejamento logístico e integração das múltiplas estruturas modais nacionais, abrangendo o programa de desestatização do porto de Santos. Na perspectiva da movimentação ferroviária do principal porto brasileiro, há um potencial de mais de 100 milhões de toneladas, dependendo de projeto adequado,
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* Potencializar o Porto de Santos como nó de rede logística global
Nos 90 anos de concessão da Companhia Docas de Santos, essa movimentação ferroviária, dos trens de operadoras ferroviárias, como a Santos-Jundiaí e Sorocabana, dentro da área portuária era realizada pela concessionária do porto. A criação da Portofer Transportes Ferroviários, que administra a malha ferroviária do Porto de Santos, uma jabuticaba em que o operador disputa preferência de tráfego, deve inspirar uma terceira empresa para essa movimentação, como acesso ao porto, conjuntamente com a dragagem e a manutenção das vias rodoviárias.
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* Ferrovia do Porto de Santos pode ser modelo para o Brasil
Considerando a vigência por 35 anos para o contrato de privatização do Porto de Santos, há muito que ser discutido na busca de uma modelagem produtiva, com excelência operacional. Pois, apesar do atraso que se verifica no desenvolvimento do acesso ferroviário, ainda possibilitou o crescimento da movimentação como produtividade dos terminais portuários. Entretanto, dentro e fora da poligonal, são necessários investimentos robustos, para dar maior agilidade na movimentação de cargas por ferrovias.
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* Desestatização do Porto de Santos fica para o próximo governo
Trata-se de inovar o modo de operar o modal ferroviário no Porto de Santos, com composições longas e ágeis, sem desmembrar os vagões do trem e incluindo o transporte de contêineres. No planejamento do desenvolvimento, devem ser adotados parâmetros operacionais de grandes ferrovias, considerando as complexidades técnicas e conjugando o trem com os terminais. Daí ser prioridade a construção da pera ferroviária da margem esquerda na visão de eliminar gargalos.
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* Futuro do Porto de Santos depende do olhar da comunidade
O secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários – SNPTA, Mário Povia, tem conhecimento apurado e o talento necessário para produzir uma resultante eficaz do programa de desestatização do Porto de Santos, em curso. É preciso tratar as possibilidades com horizonte mais amplo do que o considerado até agora. Como Portogente já adiantou, esse processo não será concluído este ano e nem a desestatização ocorrerá, se Lula voltar a ser presidente. Decerto, com qualquer resultado eleitoral, as reformas devem ser implementadas.
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* Novo secretário de portos representa avanços para o Porto de Santos
A conjuntura mundial do comércio marítimo, principalmente, as novas tecnologias e os objetivos ESG (Ambiental, Social e Governamental – em português) estabelecem padrões operacionais que requerem a reforma do Porto de Santos. Principalmente para atrair investimentos internacionais. Ainda que seja uma tarefa hercúlea, mesmo assim, a sua comunidade portuária poderá garantir o melhor resultado. Não há tempo a perder.
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* Portos do Brasil estão inadequados para o novo arranjo mundial