Portos enfrentarão desafios de um mundo multipolar
Chega como uma notícia alvissareira a nomeação do novo secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, o engenheiro e advogado Mário Povia. Sua trajetória à frente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – Antaq e como Diretor de Gestão Portuária da Companhia Docas do Rio de Janeiro – CDRJ traduz-se por soluções competentes e conciliação de interesses. Sua característica de algodão entre cristais será adequada para a complexa e urgente solução da reforma do Porto de Santos.
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Até agora, passados três anos e meio, o programa de desestatização dos portos do Ministério da Infraestrutura quase nada avançou e o pouco está conflituoso, como se assiste na Codesa, no Espírito Santo. Olhando para a frente, a essa incerteza será acrescentado um clima eleitoral tenso, onde porto é um tema relevante. Hoje, faltam visão e diálogo que o secretário Mário, decerto, sabe promover com talento. Pois, o Porto de Santos resolve-se por si só.
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Diferente do ex-secretário Piloni, o atual conhece a realidade do sistema e o problema a ser resolvido. Perdeu-se tempo valioso debatendo o modelo australiano que não é adequado à realidade brasileira. Entretanto, a melhor solução para nossos portos exige domínio do processo regulatório e profundo conhecimento da legislação que Povia tem, assim como conhece bem o que pode e deve ser modificado. O Porto de Santos tem muitas possibilidades para desenvolver projetos atrativos a investidores globais.
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Na conjuntura atual da milenar atividade portuária, os portos estão definindo o caminho para um futuro digitalmente inteligente. Isto se traduz por maior escala de transporte e ser mais ágil na movimentação, com investimentos robustos e de longo prazo. Como tem sido proposto no Portogente, o Porto de Santos tem potencial para participar desse novo cenário, com conceitos inovadores de estruturação portuária.
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A comunidade portuária também precisa fazer a sua parte. É essencial haver uma evolução no principal porto do Brasil, como foi a inauguração do seu primeiro trecho de muralha de cais em 1892 e na sua reforma exitosa em 1996, que multiplicou a movimentação de mercadorias exponencialmente, com mudanças conceituais. Não há mais tempo a perder. Sucesso ao novo secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Mário Povia.
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