Em tempos de disputa comercial acirrada, o Brasil não pode se fechar ou restringir suas relações comerciais com o mundo. Por isso, nota dez à iniciativa vinda do maior porto do País de abrir uma representação na China.
A iniciativa do diretor-presidente do Porto de Santos, no litoral paulista, Casemiro Tércio Carvalho, de abrir um escritório comercial na China, no segundo semestre deste ano, vai ampliar as oportunidades e fortalecer o posicionamento do Brasil no mercado global. Bom salientar o que disse o vice-presidente Hamilton Mourão: China não é ameaça, e sim parceiro estratégico.
Porto de Santos e nova Rota da Seda: tudo a ver - Foto: Alex Almeida/Arquivo Portogente
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Fomentado por novas tecnologias e pela economia globalizada, o mundo está passando por um período de grande desenvolvimento. Daí, no milenar e dinâmico comércio marítimo, ser necessário também dinamizar a busca de acesso aos mercados em todos os países. E não esperar acontecer.
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Essa é a grande oportunidade de mudança do caos que há muito atravessa os portos brasileiros. Na China, o escritório do Porto de Santos será o do Porto do Brasil. Essa posição avançada no tabuleiro do comércio internacional clareia o entendimento das múltiplas funções da estrutura portuária. No caso, avulta o papel de agência integradora da logística do comércio marítimo do Brasil e Mercosul com os tigres asiáticos, pelo complexo portuário de Santos.
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Faz tempo que se arrasta a construção de uma malha de transporte integradora do vasto território brasileiro. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, está priorizando essas urgentes conclusões para cortar a fita de um avanço logístico nacional significativo. O projeto de clusters de carga proposto por Casemiro Tércio é o embrião do porto concentrador (hub) do Brasil. Somente aquecendo a produção será possível reverter o terrível desemprego nacional.
Nunca é demais ressaltar que o importante não é quanto capital está sendo investido, mas a qualidade da produtividade do capital. Portanto, é hora de capacitar recursos humanos para lidar com o novo paradigma da logística da tecnologia Blockchain. Nas palavras do vice Mourão, "a Nova Rota da Seda é importante para aqueles países que necessitam ter um comércio diferenciado com a China. Nós já temos".