“A nova rota da Seda: perspectivas brasileiras e chinesas” foi o tema das Jornadas Acadêmicas, realizada dias 27 e 28 de junho último, na Universidade Federal de Santa Cataria (UFSC). O evento foi prestigiado pelo representante da Embaixada da China no Brasil Song Yang e o professor Miao Ji, do Institute of Asian Studies, Trilateral Cooperation Studies Center, China Foreign Affairs University, além de especialistas nos estudos que envolvem as relações entre os dois países.
Divulgação/UFSC.
O dirigente do Instituto Confúcio na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Antônio de Pádua, defendeu maior atenção, por parte das universidades federais, à produção acadêmica e ao potencial do Brics (conjunto econômico de países considerados "emergentes", formado atualmente pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Para ele, são espaços de investigação de fenômenos sociais, políticos, econômicos e produtivos pelos quais passam esses países. Além disso, Pádua garantiu que o instituto tem gerado muitas oportunidades e relacionamentos com instituições de ponta do país asiático.
O coordenador do evento, Pedro Vieira, explicou que “entre as várias iniciativas da sociedade chinesa que irão afetar o mundo, destaque para a nova rota da seda, tema amplamente discutido nesses dois dias de evento na UFSC”.
Segundo estudo do Banco Mundial sobre as consequências da proposta do governo chinês para cooperação e desenvolvimento da Ásia e do restante do mundo, mais de 70 países já estão envolvidos em projetos de infraestrutura, de usinas, de telecomunicações, de portos etc.
O trabalho do banco atesta, ainda, que, até 2030, a nova rota da seda tem o potencial de elevar o crescimento da economia mundial em 0.7% e de retirar da extrema pobreza 8,7 milhões de pessoas, e da pobreza moderada, 34 milhões. Esse desenvolvimento que a China alcançou nos últimos 40 anos, com abertura e reformas, a tornou uma potência mundial.
O consultor de relações institucionais com a China, Vladimir Pomar, participou de uma das mesas da atividade. No ensejo, ele apresentou as potencialidades e dificuldades para o Brasil construir relações mais efetivas com a China. Por isso, Pomar acredita que o evento da UFSC possa “estimular estudos e intercâmbios com universidades e instituições da China, indo além de relações econômicas, pois é preciso promover o interesse sobre a cultura e língua chinesas através da criação do Instituto Confúcio do Brasil”.
A atividade foi organizada pela Secretaria de Relações Internacionais (Sinter), o Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PPGRI) e o Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política (PPGSP) da universidade catarinense. Entre os objetivos idealizados para o evento estão: criação e institucionalização de um núcleo interdisciplinar de estudos avançados na China; mapear, aproximar e incentivar estudantes e pesquisadores interessados no tema no âmbito da UFSC; sistematizar as experiências existentes e o processo de formalização e das relações por meio de convênios e parcerias; criar as condições para instalação do Instituto Confúcio, ligado ao Ministério da Educação da China (instituição de propagação da cultura e da língua chinesa), que já está instalado em outras universidades brasileiras.