Quinta, 18 Abril 2024

Foi um feito notável a Praticagem de Santos ter possibilitado, no dia 1º de agosto último, a entrada do navio MSC Ajaccio, de bandeira Malta, de 14,45 metros de calado, o maior da centenária história do Porto de Santos (SP), como deu no Blog do Bruno Merlin. Trata-se de importante inovação à navegação em portos, com a utilização do Redraft (sistema de calado dinâmico, com tecnologia nacional e que determina o calado máximo considerando as condições ambientais, segundo as mais exigentes regulamentações internacionais). O navio navegou com segurança até ao final do canal estuário para atracar no terminal da Brasil Terminal Portuário (BTP).

mscajaccioMSC Ajaccio - Foto: Pedro Faga/Marine Traffic.

Esse fato revela duas realidades que afetam sobremaneira a produtividade e, por consequência, a competitividade do cais santista. Primeiro, o papel competente e estratégico da Praticagem para alinhar a navegação com os seus principais similares do mundo. Segundo, o papel meramente festivo da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária local, tentando celebrar o feito como obra sua, sem ter qualquer mérito e nem conseguir superar com dragagem o problema da falta de profundidade adequada à navegação.

Leia ainda
* Perguntas do jornalismo Portogente sobre os serviços de dragagem no Porto de Santos

A tecnologia de dragagem dos portos brasileiros, em especial a de Santos, necessita de uma revisão profunda para deixar de ser, como consequência de ações politicas indesejáveis, um gargalo ao progresso. Manter as profundidades, com menor custo possível, é condição à navegação de navios de maior porte e à prática de fretes mais baratos que habilitem o Brasil competir no novo cenário do comércio mundial.

Leia também
Ministério dos Transportes não explica pagamento de dragagem do Porto de Santos

Todavia, fato recente ocorrido no complexo portuário de Santos concorre para prejudicar a vantagem comparativa da logística portuária do Porto. A dúvida se os valores pagos pela dragagem correspondem aos volumes efetivamente dragados prejudica o controle dos seus custos. Portogente indagou sobre o absurdo pagamento, mas não obteve resposta da Codesp e do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA).

A falta de transparência fere a legislação brasileira e fragiliza a já combalida confiança que devem ter as autoridades públicas e os órgãos de controle em qualquer tipo de processo de investimentos com dinheiro público. A única solução é que tal situação seja devida e corretamente apurada para que seja feita justiça.

Nesse cenário de obscuridades fica bem improvável que o Porto de Santos promova competência essencial para ser o hub port na costa leste da América do Sul, a exemplo do que vem acontecendo em Suape.

Quem vive, estuda e tem compromisso com o mundo portuário, logístico e com o País sabe que a velocidade na Codesp é muito inferior à velocidade do mundo. Sobretudo, porque tecnologia, navegação e comércio não toleram desaforo.

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

Deixe sua opinião! Comente!
 

 

 

banner logistica e conhecimento portogente 2

EVP - Cursos online grátis
seta menuhome

Portopédia
seta menuhome

E-book
seta menuhome

Dragagem
seta menuhome

TCCs
seta menuhome
 
logo feira global20192
Negócios e Oportunidades    
imagem feira global home
Áreas Portuárias
seta menuhome

Comunidades Portuárias
seta menuhome

Condomínios Logísticos
seta menuhome

WebSummits
seta menuhome
 

 

 

ecoporto