No Brasil, existem várias pesquisas e ações relacionadas à solução dos graves problemas habitacionais. A maioria absoluta das iniciativas habitacionais referentes à sustentabilidade estão condenadas a esbarrar no alto custo, já que utilizam materiais alternativos. Mas as inovações no setor desconsideram fatores relevantes voltados à urbanização que provocam as ineficiências e inviabilidade desses projetos.
O artigo dessa semana aborda o problema habitacional no âmbito das cidades numa proposta que aponta caminhos para sua sustentabilidade. Iniciando com as definições de cidade e de habitação, que servem para nortear operacionalmente a questão habitacional numa inserção urbana como processo contínuo visando a sustentabilidade.
Vários pesquisadores definem a cidade como um lugar de encontro. A profundidade escondida nesta definição revela-se na necessidade das pessoas se encontrarem, num sentido mais amplo que o próprio verbo deixa transparecer. Em contrapartida na grande maioria dos projetos de urbanismo esta variável não é levada em consideração, pois toda a atenção está voltada a unidade habitacional (casa).
Na América do Norte, o padrão básico de zoneamento é habitação, comércio, indústria e institucional, que devem ficar absolutamente afastados uns dos outros e em baixa densidade (variando de 12 a 15 pessoas por hectare, padrão de subúrbio norte americano).
Este padrão de zoneamento (que, infelizmente, vem ganhando corpo no planejamento urbano no Brasil) provoca a quebra do conceito de cidade, pois colide frontalmente com seu conceito (ponto de encontro) por afastar as pessoas entre si e estas dos locais de trabalho, lazer e outras necessidades universais.
Este afastamento se caracteriza pela grande necessidade de transporte de “massa”, cuja insolvência se verifica pelo Brasil a fora, e, em especial, nas grandes cidades. Altos custos de tarifa e grande perda de tempo das viagens são os principais efeitos na questão da desatenção a acessibilidade das pessoas.
Toda esta problemática está diretamente ligada com a forma que o urbanista projeta e principalmente aplica um projeto de urbanização, e estas ações estão diretamente ligadas com a qualidade de vida das pessoas que ali habitam.
Referencia
Oliveira, R. Desempenhos Críticos para Sustentabilidade Habitacional, PPEGEC UFSC