Quarta, 01 Janeiro 2025

Conheci os cartazes do Coletivo Action pela Internet há algum tempo e sempre os imagino em papel, impressos e gigantescos nas paredes da cidade, como este abaixo, recente, da semana passada, sobre o Porto de Santos:

 

 

A cidade é desenhada ou comentada em muitos dos cartazes:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nessa primeira série, a filiação à cidade: o trabalhador do porto, o calor abafado, os armazéns do porto, a paisagem da entrada do estuário. O domínio das cores (forma) dá significado (conteúdo), isto é, o laranja do cartaz nos põe em cheio num dia do verão local, o mar de pálido azul não pode nada contra ele; o amarelo sujo do armazém forma memória, é impossível não reconhecer ali a arquitetura portuária. Ainda que a forma seja abstrata, os objetos geométricos levam a mente a monstar um armazém imaginário. A proporção entre amarelo sujo e preto reforça o efeito.

 

A seguir, Prédio Torto:

 

 

Estão ali os prédios tortos em efeito dominó, a mureta da praia e, novamente, o calor; tudo em elegância econômica. A frase serve a orgulhosos, bairristas e irônicos.

 

Nos dois seguintes, o motivo é a própria comunicação, o farol, com seu código de luz, e um alerta da qualidade do mar (quem diria que isso poderia virar arte?):

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O chamamento do primeiro e a ironia do segundo nos convidam a uma possível cidade, mais progressista, chamado que é verbalizado no cartaz seguinte:

 

 

Mas o conteúdo político (não partidário, que se diga) das peças vai até aí. São dezenas de trabalhos e outros temas aparecem, festas, discotecagens, como neste flyer para o Popscene:

 

 

Mas talvez a atitude mais política do Coletivo Action seja a cruzada a favor da adoção da carangueijada como legítimo prato típico de Santos, ao invés da Meca Santista, receita inventada por concurso para a indústria turística.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não importa o tema, fica da observação dos cartazes e outras peças visuais um sentido de elegância, uma elegância quase aristocrática (no bom sentido da palavra, se ele existe) e cosmopolita como a música de Gilberto Mendes ou o time de futebol do Santos da década de 60.

 

Para encerrar, alguns outros cartazes:

 

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