Quarenta e cinco acidentes envolvendo veículos que transportavam mercadorias perigosas aconteceram no último ano nas estradas que dão acesso ao Porto de Santos e ao pólo industrial de Cubatão. Embora a média seja inferior a quatro ocorrências por mês, a fiscalização e a ação em casos de acidentes requerem muita cautela e organização para evitar mortes e danos ao meio ambiente. A tragédia com o vôo 3054 da TAM, embora envolvesse um modal diferenciado, demonstrou como um único acidente pode deixar centenas de famílias enlutadas. O marcante episódio evidenciou, ainda, inúmeras falhas operacionais até então pouco debatidas em âmbito nacional. No setor terrestre, embora nenhuma grande tragédia tenha sido registrada nos últimos anos, é fundamental que todos estejam atentos para não agir quando a “fechadura já estiver arrombada”.
Há duas semanas, a divulgação de uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) causou muita polêmica no Porto de Santos, apontado como o quarto pior do País em infra-estrutura. Um dos motivos apontados para isso é o acesso aos terminais santistas, precários em alguns casos. Em Guarujá, por exemplo, o único caminho para oito empresas diferentes é a Rua Idalino Pinez, conhecida como Rua do Adubo. Confira, em imagens, como é sofrido para o motorista descarregar sua mercadoria passando por esse local. Assim, talvez seja possível compreender porque Santos está entre os piores portos quando se fala de infraestrutura.
O recém-empossado capitão dos portos de São Paulo, o capitão-de-mar-e-guerra Afrânio de Paiva Moreira Junior, 49 anos, esbanja bom-humor e disposição. Até então ocupando o posto de chefe do Estado Maior do 8º Distrito Naval, o comandante vivia em São Paulo longe do contato com o mar. Não visitava Santos desde 1999 e recebeu a notícia do comando com muita alegria. “Uma coisa interessante é que a cidade de Santos tem a informalidade do Rio de Janeiro, do mesmo modo que tem o dinamismo da capital e o conservadorismo do interior. Tem uma mistura das três coisas que chama atenção. Acho que não tem um oficial da Marinha que não goste de Santos”.
Mais de 100 mil caminhões circulam pelas estradas de todo o País transportando produtos perigosos, dia e noite. O número foi divulgado pela Federação dos Transportadores de Carga do Estado de São Paulo e causa, com certeza, muita apreensão. E se levarmos em conta os dados de pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Transporte de Carga e Logística de que apenas 11% das estradas brasileiras estão totalmente asfaltadas e prontas para todo tipo de carga, essa apreensão aumenta. Afinal, quais as medidas de segurança adotadas para o transporte de mercadorias perigosas nos setores portuário e rodoviário brasileiros?
Ele se chama Italino Staniscia Filho. É casado com Lia. Tem três filhos: Ana, 23 anos de idade, Cecília, 24, e Italino, 28. Está presidente do Sopesp (Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo) desde a saída de Mauro Salgado, em junho último. Hoje ele divide o seu tempo entre a presidência do sindicato e a empresa Fertimport, onde é diretor de terminais.