A instalação do polêmico Porto Sul se tornou um problema sem tamanho na Bahia. Prova disso é que o Ministério Público Federal (MPF) colocou-se contrário ao projeto do Terminal Portuário da Ponta do Tulha, um dos pilares que compõem o Porto Sul. No último dia 15, uma audiência pública foi realizada para discutir o tema, durou mais de 9 horas e acirrou de vez os ânimos entre defensores e opositores ao projeto que envolve a instalação de um porto público, um aeroporto internacional e o Terminal Portuário da Ponta do Tulha, porto particular da empresa Bahia Mineração (Bamin).
“Ilhéus é cheia de morros com casas penduradas e o Governo da Bahia não tem condições de controlar o surgimento de favelas. É isso que nos preocupa com essa história toda de Porto Sul”. O desabafo é do líder comunitário da Vila Juerana, Paulo Emílio Nascimento, que conversou com o PortoGente em nome da comunidade, de pouco mais de 600 moradores. A Vila Juerana [foto à direita] deve ser uma das mais afetadas com a construção do Porto Sul. Nascimento tenta, junto com outras organizações não governamentais, barrar o projeto. Confira a entrevista abaixo.
Incentivos fiscais e unificação dos fretes para fomentar o crescimento do modal hidroviário em todo o Brasil. Esta é a sugestão do deputado paulista João Caramez (PSDB) para que as hidrovias brasileiras deixem de ser um mero sonho e passem a se transformar em realidade palpável aos empresários, extremamente dependentes do modal rodoviário.
Publicada semana passada no Diário Oficial da União, a Portaria 108 da Secretaria Especial de Portos (SEP) disciplinou a abertura de portos privados no Brasil e, ao mesmo tempo, abriu uma grande discussão sobre os aspectos positivos e negativos de mais uma lei na regulamentação portuária nacional. Entre os especialistas ouvidos nos últimos dias pelo PortoGente, destaque para o professor universitário Osvaldo Agripino de Castro Júnior, que não só defende o conteúdo da Portaria 108 como acende uma luz de alerta para os críticos de plantão.
A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), apresentado pelo presidente Lula no dia 29 último, prevê a aplicação de R$ 109 bilhões no setor de transporte, a partir de 2011, mas quase a metade desse recurso (R$ 50,4 bilhões) será aplicada somente nas rodovias. Nos últimos anos, reportagens do PortoGente constataram a dependência do Brasil ao modal rodoviário. Oito entre dez especialistas entrevistados usaram a expressão “país rodoviarista”. Mas o secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato, não concorda com esta tese e defende os investimentos feitos pelo Governo Federal nas estradas brasileiras nos últimos anos.