As oportunidades para as ferrovias se ampliaram. Não mais utilizada apenas para transportar ferro e grãos, a lista de produtos cresceu e entraram nos transportados alguns itens como soja, açúcar, milho, celulose e até TV de plasma. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de janeiro a maio deste ano, seis das oito principais ferrovias que fazem transporte de contêineres por trilhos no País registraram aumento entre 8,9% e 154% em relação a igual período do ano passado.
Segundo o consultor de negócios e sócio-diretor da AMX Soluções em Gestão Integrada, André Miotto, que realizou projetos de eficiência de atividade na Ferronorte, Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e MRS Logísticas, há quatro desafios recorrentes enfrentados em empresas que atuam no ramo ferroviário. “Contratos contraproducentes com empresas terceirizadas, construção de vias lentas perante a necessidade, acidentes decorrentes de vias deficitárias e manutenções de empresas logísticas de forma corretivas, o que deveria ser preventivo são alguns deles, afirma Miotto.
Ele também explica que a implantação de um sistema de gestão em empresas desse segmento, no qual procedimentos, táticas e estratégias se conectem a planejamento e formas de controle é essencial.
Ainda de acordo com o consultor de negócios, este cenário pode ser modificado por meio de profissionalização das áreas e capacitação de pessoas, estabelecidas por meio de um plano de gestão. “Melhorar a produtividade fazendo mais com menos pessoas ou com a mesma quantidade de colaboradores, mas com qualidade, resolutividade e menor custo é essencial para essas empresas”, destaca.
Miotto aponta os quatro desafios recorrentes enfrentados pelo segmento ferroviário e as soluções:
1. Contatos ineficientes com empresas terceirizadas. As empresas logísticas pagam por quilômetro implantado para empresas prestadoras de serviço, nesses contratos é comum que haja folga na produtividade e na lucratividade dos contratos. É preciso que haja um trabalho de gestão de contratos de serviços, no qual sejam medidas as qualidades da manutenção da linha férrea, da produtividade e da execução das tarefas. Por exemplo, é preciso que o trabalho feito por de cinco homens em uma hora e meia seja reduzido ao trabalho de três homens em uma hora, essa ação deve ser baseada em análise profunda feita nos processos da empresa. Existem grandes oportunidades de melhorias, rentabilidade e produtividade pouco aproveitadas no segmento ferroviário, as pessoas precisam estar capacitadas para haver essa redução.
2 – Construção. Quando as obras são grandes, é quase inevitável perder o controle dos desperdícios se não houver uma equipe trabalhando focada na economia de insumos e de mão-de-obra. Nesse caso também entra o fator “incremento da produtividade”, a ideia de fazer mais com menos e com qualidade é a chave para a redução dos custos e de quebras, gerando maior rentabilidade.
3 – Acidentes. Esse tipo de intercorrência prejudica a linha e é causado por falta de manutenção adequada, é preciso ter controle sobre este item para evitar grandes e pequenos prejuízos.
4 - Parte administrativa das manutenções. As equipes que fazem as manutenções nas locomotivas e nas linhas precisam de planejamento de execução, processos atuais e rentáveis, informações e indicadores adequados de cobrança de resultados nas manutenções preventiva, corretiva e preditiva. É preciso ser instituído um sistema de gestão para que a parte interna da empresa melhore os procedimentos operacionais e táticos destas funções, que são representativas nos custos na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) das empresas. Exemplo: É feita a troca de um tipo de motor específico por 12 horas a cada 12 meses, mas o correto seria fazer em nove horas a cada oito meses, ou seja, maior produtividade, eficiência e diminuição de riscos de problemas futuros, porque é comum que o prazo não seja cumprido em razão de custos e ausência de locomotivas para fazer as cargas.
Sobre a AMX Soluções em Gestão Integrada
A AMX Soluções em Gestão Integrada visa levar às empresas soluções viáveis e conceituais para a capacitação e profissionalização do corpo estratégico, tático e operacional de corporações, por meio de metodologia customizada de gestão e liderança no processo de evolução e sustentabilidade nos resultados atitudinais, financeiros e mercadológicos. Atualmente conta com uma equipe de 83 profissionais habilitados em gestão de liderança. Possui clientes como instituições financeiras, alimentícias, farmacêuticas, automobilísticas, químicas, têxteis, de autopeças, frigoríficos e entidades religiosas.
Andre Miotto, sócio-diretor da AMX, é formado em administração de empresas com especialização em Comércio Exterior pela Universidade de São Paulo (Unip). Possui MBA empresarial pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Também é Certificado internacionalmente pela European Coaching Association (ECA) e Behavioral Coaching Institute (BCI).