Segunda, 02 Dezembro 2024

Depois de avançar na automatização de processos e alcançar patamares internacionais em segurança industrial, a indústria química brasileira se prepara para novo salto de desempenho com a chamada Indústria 4.0. Nesse contexto, o principal desafio é conhecer de forma holística o elemento humano. Esta foi a principal mensagem do simpósio “Melhores Práticas em Segurança Industrial no Polo do Grande ABC”, realizado no dia 16 de agosto último, na Oxiteno, em Mauá. Realizado pelo Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (Cofip ABC), o encontro reuniu lideranças de indústrias e entidades setoriais em palestras, mesa-redonda e apresentação de case.

600 Cofip

À abertura, Claudemir Peres, presidente do comitê e gerente industrial da Oxiteno, destacou a importância do primeiro encontro de boas práticas em segurança. “Não podemos falar de indústria química ou petroquímica sem imaginar que a segurança seja o principal valor. Ou temos segurança ou não temos negócio”, afirmou.

Yáskara Barrilli, assessora de Assuntos Técnicos da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), apresentou o Programa Atuação Responsável, desenvolvido há 25 anos no País, com a participação das empresas associadas à entidade – hoje cerca de 170 – e que imprime a responsabilidade de gerir os processos de forma segura. Yáskara destacou que a indústria química brasileira avança em saúde, segurança e meio ambiente (SSMA) e apresentou os indicadores de performance das associadas, referentes ao período de 2006 a 2015. O levantamento, feito pela Abiquim, aponta que houve redução de 41% na frequência de acidentes com afastamento, 70% nos acidentes de transporte, 43% no consumo de energia elétrica, entre outras quedas.

Antonio Emílio Simões Meireles, da Braskem, destacou o processo de automatização dos processos e atuação com barreiras preventivas da empresa, que vem sendo realizado mais fortemente desde 2015. Exemplo disso são os sistemas de intertravamento, que tiram da mão do operador a decisão de parar ou não uma planta. “O homem continua tendo discernimento de fazer parada a qualquer tempo, mas sistemas intertravados, com limites bem definidos, podem evitar que a operação chegue numa região de risco”, contou.

Antônio Ribeiro, da Oxiteno, destacou que a indústria química brasileira, para novo salto em segurança, deve ter programas que desenvolvam as pessoas de forma mais abrangente, como os treinamentos em comportamento seguro que são realizados há cinco anos com os gerentes da fábrica em Camaçari. “Estamos muito exercitados no pilar técnico e precisamos desenvolver o pilar comportamental. Os líderes necessitam de uma visão mais holística para desenvolver as equipes, de modo que consigam se engajar no propósito da organização para se ter ambiente em que todas as disciplinas possam ser semeadas”, explicou Ribeiro.

Eduardo dos Santos Jerez, da Air Liquide, falou sobre o fator humano diante da indústria 4.0, com diversos sensores espalhados no chão de fábrica, interligados a computadores conectados na internet para análise dos dados em tempo real e maior poder de decisão. “Precisamos ter um sistema de gestão pessoal interligado com todos os demais sistemas. Sabemos que os profissionais trabalharão todas as informações para tomarem as melhores decisões possíveis. Precisamos também que os profissionais tenham conhecimentos multidisciplinares, estejam familiarizados com as tecnologias e estejam conectados 24h”, apontou.

 

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