Sexta, 01 Novembro 2024

Meio Ambiente

A superintendência do Ibama no Piauí realizou, no dia 10 de abril, um feito inédito no estado. O Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) promoveu, em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI), promoveu a soltura monitorada de 40 papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) no município de Caxingó. As aves foram libertadas depois de um período entre 15 a 30 anos de cativeiro doméstico.A ação contou com a participação da prefeita de Caxingó, Rita Sobrinho, do presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Ordem dos Advogados do brasil (OAB), Esbras de Lima da coordenadora do Núcleo de Defesa do Direito dos Animais da OAB, Juliana Castelo, e dos professores da UFPI, Anderson Guzi e Antônio Tavares. Além disso, também contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal de Parnaíba, do Batalhão de Polícia Ambiental de Parnaíba, e do Escritório Regional do Ibama de Parnaíba.Luciana Maia, superintendente do Ibama no Piauí, destacou que “as ações de Educação Ambiental terão continuidade com a realização de cursos e seminários nos municípios do entorno”. Ela lembra que a iniciativa abre a reflexão para questões ambientais, inclusive com o incentivo aos discentes para participar do processo de gestão ambiental local.Para Luciana, o Ibama precisa do apoio da sociedade na luta contra o tráfico de animais silvestres, e o melhor caminho para aproximar o cidadão é através da educação ambiental. Um resultado importante do projeto foi o desenvolvimento de duas dissertações de mestrado, sob orientação de pesquisadores da UFPI, voltadas para conhecimento sobre soltura de psitacídeos.As etapas do projeto consistiram, num primeiro momento, na identificação dos papagaios com anilhas metálicas numeradas. Em seguida, os animais foram submetidos a exames para detecção de vírus e bactérias. Então, aqueles considerados livres de doenças foram treinados num corredor de voo construído nas dependências do Ibama.É importante que se esclareça, conforme informações prestadas pelos técnicos do Cetas, que “devido a atrofia muscular causada pela inatividade, resultante do cativeiro, houve a necessidade de um trabalho de reabilitação com estes animais que sequer se davam conta de que podiam voar”.No período de 18 meses, correspondente a todas estas etapas, os papagaios receberam alimentos encontrados em ambiente selvagem, com a finalidade de promover uma adaptação alimentar. Isso foi feito para que no momento da reintrodução estes animais reconheçam os elementos de sua dieta silvestre, e dependam o mínimo da ajuda humana, pois os pesquisadores deixarão alimentação suplementar apenas durante um ano após a abertura dos viveiros de aclimatação.A penúltima etapa consistiu no transporte dos animais para estes viveiros instalados no interior da floresta, no município de Caxingó, situado no norte do Piauí. Os dois viveiros foram equipados com ninhos artificiais, buscando estimular a reprodução, tendo inclusive nascido um filhote no período de treinamento, hoje com 2 meses de vida.A última etapa, após a soltura, será o desenvolvimento de ações de Educação Ambiental para a comunidade e nas escolas da região. O objetivo é disseminar conhecimento acerca da importância da conservação desta espécie para a manutenção da biodiversidade e sobre a necessidade da participação de todos em projetos socioambientais que promovam mudança cultural.Antecedendo o lançamento do projeto, o Ibama firmou compromisso com a Secretaria Municipal de Educação de Caxingó, e promoveu um concurso de redação e desenho sobre a temática, entre alunos do ensino fundamental do município. No próximo dia 10 de maio, os seis que melhor expressarem suas percepções sobre o projeto receberão prêmios materiais. Entretanto, a maior honra será a abertura dos viveiros dos papagaios por estes alunos, representando um momento histórico para a região.

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Por Rafaella Martinez Vicentini/ Instituto EcoFaxina

Um incêndio de grandes proporções atingiu a empresa de armazenamento de combustíveis Ultracargo, na Alemoa, em Santos, na manhã da última quinta-feira (2/4). Após mais de 80 horas de trabalho árduo dos bombeiros, ainda não há estimativa de quando o combate às chamas será concluído.
 
Atualmente, apenas dois dos seis tanques permanecem pegando fogo e o trabalho de rescaldo do Corpo de Bombeiros continua em um terceiro tanque que continha álcool.
 
A quantidade de partículas nocivas enviadas através da fumaça tóxica para a atmosfera é difícil de ser calculada. Seus efeitos são mais prejudiciais para pessoas com doenças alérgicas ou respiratórias crônicas e também para aquelas que estiverem próximas ao foco da fumaça.
 
Porém, há uma outra face do problema que vai além da poluição do ar. O incêndio da Ultracargo pode provocar um desiquilíbrio ambiental grave na região, tendo inclusive impactos econômicos.
 
Fonte de renda comprometida 
A 59ª Ação Voluntária EcoFaxina aconteceu neste domingo no mangue que fica às margens da Vila dos Pescadores, em Cubatão. O dia da Páscoa foi data útil para cinco voluntários do instituto se unirem com a comunidade para, mais do que recolher resíduos sólidos no manguezal, observar os efeitos já visíveis do escoamento das águas usadas no combate às chamas em todo o estuário.

 

 

De acordo com os pescadores artesanais que trabalham na região, já na tarde de quinta-feira era possível encontrar peixes mortos boiando na superfície. Neste domingo, durante visita técnica guiada pelo pescador José Hélio, encontramos toneladas de peixes e invertebrados: uma cena desoladora para quem luta por um ecossistema limpo e também para quem tira da pesca o seu sustento. Em meio ao manguezal, resquícios de espuma utilizada no combate ao incêndio.

 

 

“Sou pescador há 40 anos e trabalho aqui na região há mais de 25 anos. Nem nos outros incêndios do porto nós tivemos um problema tão grande quanto o de agora. Se fosse possível contar certamente daria várias toneladas de peixes mortos, é uma tristeza muito grande para quem vive disso. Quem vai bancar o nosso prejuízo?”. José Hélio não sai para pescar desde a tarde da quinta-feira, data do início do incêndio.

 

 

Alex Correa é filho de pescador e atualmente trabalha em Minas Gerais. A notícia do incêndio e o relato de amigos sobre a morte dos peixes fez com que ele voltasse para a Baixada Santista para ver com os próprios olhos a situação. “É assustador ver peixes como o robalo, a enguia e o bagre (que não são comuns na superfície) boiando. Isso significa que a situação pode estar pior do que a gente imagina. Quando vamos poder voltar a pescar e consumir peixes? Como a comunidade que sobrevive da pesca vai ficar? A multa da empresa não será direcionada para quem precisa.”, desabafa.
 
Estuário prejudicado 
Enquanto percorríamos o estuário, o forte odor do peixe aumentava gradativamente. Então, nos deparamos com a cena mais lamentável da visita: uma extensão de cerca de um quilometro de peixes mortos. Dentre eles, dois meros juvenis (Epinephelus itajara) espécie ameaçada de extinção.

 

 

A CETESB (Companhia Ambiental do estado de São Paulo) informou que uma equipe acompanha permanentemente os trabalhos de emergência realizados na Ultracargo, com o objetivo de minimizar os impactos ao meio ambiente decorrentes do incêndio. No sábado foram coletados peixes no estuário e no rio Cubatão, além de amostras da água de cinco pontos diferentes da região. Análises preliminares indicam que peixes da região morreram devido à poluição da água, que apresenta baixa oxigenação e temperatura elevada. O órgão não sabe informar quantos peixes foram mortos.
 
Enquanto percorríamos o estuário encontramos uma equipe da empresa “Alpina Briggs” recolhendo peixes mortos. A CETESB informou que a ação de recolhimento irá encaminhar animais mortos para um local ambientalmente adequado.
 
Enquanto a atenção das autoridades está voltada para o incêndio, os pescadores artesanais permanecem em dúvida sobre o futuro e o sustento de suas casas. Para as comunidades que vivem nas palafitas, além da ausência de peixes na mesa e da poluição do mangue, sobra o odor desagradável que vai muito além do cheiro da fumaça negra.
 
Parceria com a comunidade 
Organizada em parceria com a Associação de Pescadores “José Tobias Barros” e o Esporte Clube Só Bolado, a 59ª Ação Voluntária EcoFaxina encerrou o 1º Projeto Verão Saúde Ambiental da Vila dos Pescadores, envolvendo dezenas de moradores que utilizaram quatro barcos para recolher 130 sacos de 100 litros cheios, totalizando 1.055 quilos de resíduos sólidos a menos no estuário de Santos. Já estamos programando a próxima!

 

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O impasse entre a lista vermelha de espécies ameaçadas e os pescadores teve um novo episódio esta semana e, dessa vez, quem ganhou a batalha foram os pescadores. Na quinta-feira (02), José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul publicou decreto “desprotegendo” os peixes marinhos no estado. Agora, espécies como tubarão-azul, garoupa, bagre e dourado podem ser comercializados novamente.

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O plano ajudaria a aumentar a quantidade e a qualidade da água para consumo. Afinal, o país tem hoje uma economia de base rural altamente dependente de água e grande parte da população vivendo em centros urbanos, mas enfrenta um colapso de abastecimento sem precedentes - provocado pelo desmatamento, falta de planejamento e gestão públicos e pelas questões climáticas. A Agência Nacional de Águas alerta que metade dos municípios brasileiros poderão sofrer com falta de água em 2015.

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Uma equipe técnica da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB acompanha, desde quinta-feira (02/04), os trabalhos de emergência realizados no terminal de tancagem da Empresa Ultracargo/Tequimar, na Zona Industrial do Bairro de Alemoa, em Santos. A atuação da Cetesb visa minimizar os possíveis impactos ao meio ambiente decorrentes do incêndio.
 
No sábado, foram coletados peixes moribundos no estuário e no Rio Cubatão, que servirão para a identificação das causas dessa mortandade. Além disso, os técnicos coletaram água em cinco pontos – Alfandega, Terminal Rodrimar, Terminal BTP, Pier Alemoa e Rio Casqueiro. As amostras foram encaminhadas para o laboratório da sede da CETESB e encontram-se em processo de análise. 
 
Neste domingo (05/04), foi realizada ao longo do estuário e do Rio Cubatão uma ação de recolhimento de peixes mortos, que serão destinados para local ambientalmente adequado.
 
Em relação à qualidade do ar, desde sábado há um medidor de partículas no bairro Chico de Paula, que faz o monitoramento dos índices de material particulado. Para colaborar com esse trabalho, o Exército Brasileiro ofereceu um aparelho que efetua medição em tempo real da qualidade do ar, que estava sendo trazido do Rio de Janeiro nesta tarde. As estações fixas da CETESB, de monitoramento da qualidade do ar, localizadas nas cidades de Santos e Cubatão, não apresentaram, até as 12h de domingo, alteração em seus índices habituais.
 
No terminal, às 14h deste domingo, continuava o combate às chamas e a operação de resfriamento dos tanques não atingidos pelo fogo, em operação comandada pelo Corpo de Bombeiros.
 
Análise dos impactos
 
A Secretária do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Patrícia Iglecias, fez uma vistoria no local na manhã deste sábado e atendeu à imprensa. Na entrevista, ela ressaltou que é necessário ter cautela para apontar responsabilidades e consequências do acidente.
 
“Não é possível, neste momento, estabelecer a dimensão do impacto ambiental causado pelo incêndio. Precisamos esperar o resultado das análises da Cetesb e das investigações dos outros órgãos envolvidos nessa apuração”, afirmou a secretária Patrícia Iglecias.
 
No fim da tarde, o Governo do Estado de São Paulo instalou na Prefeitura de Santos um gabinete de crise para acompanhar e tomar providências adicionais ao combate ao incêndio. Além de Patrícia Iglecias, integram o gabinete o vice-governador, Márcio França, os secretários Saulo de Castro (Governo), José Roberto Rodrigues de Oliveira (Casa Militar) e Alexandre de Moraes (Segurança Pública), o comandante do Corpo de Bombeiros, Marco Aurélio Alves Pinto, e o subsecretário de Comunicação, Marcio Aith.
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