Sexta, 22 Novembro 2024

A superintendência do Ibama no Piauí realizou, no dia 10 de abril, um feito inédito no estado. O Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) promoveu, em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI), promoveu a soltura monitorada de 40 papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) no município de Caxingó. As aves foram libertadas depois de um período entre 15 a 30 anos de cativeiro doméstico.

A ação contou com a participação da prefeita de Caxingó, Rita Sobrinho, do presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Ordem dos Advogados do brasil (OAB), Esbras de Lima da coordenadora do Núcleo de Defesa do Direito dos Animais da OAB, Juliana Castelo, e dos professores da UFPI, Anderson Guzi e Antônio Tavares. Além disso, também contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal de Parnaíba, do Batalhão de Polícia Ambiental de Parnaíba, e do Escritório Regional do Ibama de Parnaíba.

Luciana Maia, superintendente do Ibama no Piauí, destacou que “as ações de Educação Ambiental terão continuidade com a realização de cursos e seminários nos municípios do entorno”. Ela lembra que a iniciativa abre a reflexão para questões ambientais, inclusive com o incentivo aos discentes para participar do processo de gestão ambiental local.

Para Luciana, o Ibama precisa do apoio da sociedade na luta contra o tráfico de animais silvestres, e o melhor caminho para aproximar o cidadão é através da educação ambiental. Um resultado importante do projeto foi o desenvolvimento de duas dissertações de mestrado, sob orientação de pesquisadores da UFPI, voltadas para conhecimento sobre soltura de psitacídeos.

As etapas do projeto consistiram, num primeiro momento, na identificação dos papagaios com anilhas metálicas numeradas. Em seguida, os animais foram submetidos a exames para detecção de vírus e bactérias. Então, aqueles considerados livres de doenças foram treinados num corredor de voo construído nas dependências do Ibama.

É importante que se esclareça, conforme informações prestadas pelos técnicos do Cetas, que “devido a atrofia muscular causada pela inatividade, resultante do cativeiro, houve a necessidade de um trabalho de reabilitação com estes animais que sequer se davam conta de que podiam voar”.

No período de 18 meses, correspondente a todas estas etapas, os papagaios receberam alimentos encontrados em ambiente selvagem, com a finalidade de promover uma adaptação alimentar. Isso foi feito para que no momento da reintrodução estes animais reconheçam os elementos de sua dieta silvestre, e dependam o mínimo da ajuda humana, pois os pesquisadores deixarão alimentação suplementar apenas durante um ano após a abertura dos viveiros de aclimatação.

A penúltima etapa consistiu no transporte dos animais para estes viveiros instalados no interior da floresta, no município de Caxingó, situado no norte do Piauí. Os dois viveiros foram equipados com ninhos artificiais, buscando estimular a reprodução, tendo inclusive nascido um filhote no período de treinamento, hoje com 2 meses de vida.

A última etapa, após a soltura, será o desenvolvimento de ações de Educação Ambiental para a comunidade e nas escolas da região. O objetivo é disseminar conhecimento acerca da importância da conservação desta espécie para a manutenção da biodiversidade e sobre a necessidade da participação de todos em projetos socioambientais que promovam mudança cultural.

Antecedendo o lançamento do projeto, o Ibama firmou compromisso com a Secretaria Municipal de Educação de Caxingó, e promoveu um concurso de redação e desenho sobre a temática, entre alunos do ensino fundamental do município. No próximo dia 10 de maio, os seis que melhor expressarem suas percepções sobre o projeto receberão prêmios materiais. Entretanto, a maior honra será a abertura dos viveiros dos papagaios por estes alunos, representando um momento histórico para a região.

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