Na manhã da última sexta-feira, Rubens da Silva Ruas, de 56 anos, foi mais uma vítima a engrossar a estatística macabra de cinco mortes nos cinco primeiros meses do ano dentro do maior porto da América Latina, que, a cada dia, mostra-se pequeno quando o assunto é a segurança do trabalhador.
Mais uma vez, os gargalos logísticos do Porto de Santos causam um mega congestionamento na rodovia Anchieta. Uma fila de caminhões proporciona, na tarde desta quinta-feira (17), mais de 17 quilômetros de engarrafamento. A rodovia Cônego Domênico Rangoni - ex Piaçaguera-Guarujá - também está sofrendo com as centenas de veículos que aguardam para chegar ao maior porto do Hemisfério Sul.Segundo informações do Globo Online, na Anchieta, o ponto mais prejudicado pelo congestionamento é o final do trecho de serra (entre os km 47 e 55 da pista sul), sentido litoral. Vale lembrar que, assim como nos dois maiores congestionamentos ocorridos no último mês, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) responsabilizou a chegada de cargas sem agendamento prévio pelo transtorno. Resta saber se os responsáveis pela operacionalização do Porto dão conta da tarefa. Está nas mãos do novo ministro Pedro Brito, essa verdadeira novela mal-resolvida e que necessita ter um desfecho adequado para que a atividade portuária e, por consequência, a sociedade como um todo, não saiam perdendo mais uma vez.
O trabalhador portuário Rodolfo Augusto Donato, de 23 anos, morreu após sofrer um acidente no pátio da Termares, localizado no Porto de Santos. A tragédia aconteceu por volta das 22h30 desta segunda-feira.
Cerca de 160 trabalhadores da PortoFer Transporte Ferroviário, ligados ao Sindicato dos Operários Portuários (Sintraport), estão em estado de greve. O motivo, segundo o presidente do Sintraport, Robson Apolinário, é o descumprimento de um acordo coletivo de trabalho negociado entre a entidade e a empresa em março do ano passado, ou seja, há mais de um ano.
PortoGente tem noticiado acidentes no porto e acompanhado a apuração das responsabilidades. Ninguém quer ser vítima e a engenharia admite em elevado grau a previsibilidade dos incidentes. Dez anos que se passaram da aplicação da NR-29 é uma boa margem de tempo para se avaliar sua eficácia e suas deficiências. Com certeza, muito pode ser feito para o seu aprimoramento.