A ordem da Presidência da República de reabrir investigação, na Secretaria de Portos (SEP), para apurar suspeitas levantadas pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, envolvendo o número dois da pasta, o secretário-executivo Mário Lima Júnior, bateu com força, também, na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Mais precisamente no diretor da entidade, Pedro Brito, que também foi arrolado na investigação da PF.
O caos que se transformou o escoamento das safras agrícolas tem nos portos o principal gargalo e parece não ter perspectiva de solução na nova modelagem das leis dos portos. Nesse sentido, o problema só tende a se agravar, porque dois pontos fundamentais estão sendo tratados sem visão e habilidade adequadas para dar racionalidade e agilidade às logísticas que deságuam nos portos: a centralização das decisões em Brasília e o processo de indicação das direções das Autoridades Portuárias.
Para o presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José de Freitas Mascarenhas, a consolidação de um eixo logístico da BR-163 beneficiará o produto brasileiro, porque aliviaria sensivelmente a infraestrutura do sul do Brasil, principalmente nos portos de Santos e de Paranaguá, “que já não mais suportam a movimentação de cargas, como já estamos vendo”, critica. E prossegue: “É urgente que se complete essa rota porque quem paga o preço é o único elo que gera riqueza, que é o produtor. Perde o produtor e perde o Brasil.”
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) finge que não vê e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) faz de conta que não é com ela as irregularidades na obra da cobertura do terminal de açúcar do terminal da Cosan no Porto de Santos. A tolerância oficial ao impacto ambiental e à agressão à saúde do trabalhador não tem explicação tampouco para por aí.
Nesta quinta-feira (21/03), trabalhadores portuários e lideranças sindicais se reuniram (foto acima) com o líder do governo no Senado e relator da Medida Provisória 595/2012, a MP dos Portos, Eduardo Braga (PMDB-AM), discutiram a situação do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) e chegaram a um acordo. Diante do novo cenário, os portuários avisaram que a greve programada para o dia 25 próximo não ocorrerá mais.