O engenheiro de segurança Celso Atienza, que acompanhou outra tragédia na Baixada Santista, a da Vila Socó, em 1984, ainda está com o acidente da Ultracargo na cabeça e critica, enfaticamente, os vários fatores não levados em conta que resultaram num incêndio que durou nove dias e trouxe temor a região da Baixada Santista, do dia 2 de abril a 9.
Pousado na China, na sexta aterrissagem desde que partiu de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, no dia 9 de março último, o avião Solar Impulse 2 prepara sua grande travessia do Oceano Pacífico, programada para ser realizada em cinco dias e cinco noites. Para dar a volta ao mundo, voando uma distância de 35.000 km , está prevista uma jornada de cinco meses, com retorno ao ponto de partida, sem consumir uma gota de combustível.
É cada vez maior o movimento contrário à aprovação do Projeto de Lei 4.330/2004 pela Câmara dos Deputados. O texto-base do projeto foi aprovado, em caráter de urgência, sem tal necessidade, no dia 8 último. O presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), pegando todo mundo de surpresa, colocou a matéria para apreciação. A revolta é grande entre os trabalhadores de várias áreas, entre eles os dos portos nacionais. Por isso, desde o início desta semana, os portuários realizam manifestações e paralisações de algumas horas para também se oporem à ampliação da terceirização para as atividades-fim; hoje isso só é permitido em atividade-meio.
Brilhantemente, o engenheiro de segurança Celso Atienza põe os “pingos nos is”, como diz adágio popular, sobre o desastre ocorrido em seis tanques de combustível – álcool anidro e gasolina – da Ultracargo, terminal localizado no Porto de Santos, no litoral sul paulista. O incêndio, que durou nove dias – começando no dia 2 de abril e sendo debelado, totalmente, no dia 9 –, para o especialista, foi “uma tragédia anunciada”. Ele refuta enfaticamente quem atribui ao acidente uma fatalidade. E completa: “Fatalidade é um termo que não se usa em engenharia de segurança. Existe irresponsabilidade.”
A recente aprovação do Projeto de Lei 4330/04 (PL) pela Câmara dos Deputados também causa receio aos guardas portuários do País. A matéria, entre outras mudanças trabalhistas, amplia a terceirização para as atividades-fim das empresas. Isso está causando um grande temor entre os trabalhadores que cumprem o importante papel na segurança pública dos portos brasileiros, em conformidade com as disposições contidas no Plano de Segurança Pública Portuária (PSPP).