Terça, 26 Novembro 2024

Se a Petrobras não retomar os investimentos em construção de sondas e navios-plataforma a indústria naval deverá desempregar de 30 mil a 40 mil trabalhadores. A previsão sombria é do presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha. O empresário também fala de outro efeito da paralisação de contratos da Petrobras, por causa da Operação Lava Jato: o retrocesso na nacionalização de equipamentos navais voltados para a exploração de petróleo e gás, que começou em 2003. “Estamos competindo com Cingapura e China, onde os custos de mão de obra são 20% menores”, reclamou.

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A situação mudou em menos de um mês, porque em nota do sindicato, de 27 de março último, Rocha informava que os estaleiros brasileiros empregavam 79 mil pessoas, diretamente, segundo as estatísticas de fevereiro de 2015. “A construção de navios e plataformas de petróleo prosseguem normalmente. A carteira de encomendas dos estaleiros, divulgada pelo Sinaval, semestralmente, apresenta 324 embarcações em construção, ao final de 2014, entre navios de diversos tipos, plataformas de petróleo e sondas de perfuração”, destacava.

Na mesma nota oficial do Sinaval, Rocha afirmava que não havia crise na construção naval e que as demissões relacionadas à paralisação de obras no Comperj, incluindo montagem e a construções de equipamentos, atingem empresas que contratam trabalhadores metalúrgicos o que explica informações divulgadas pelo Sindicato dos Trabalhadores, no Estado do Rio de Janeiro.

“Os estaleiros brasileiros trabalham com contratos de dois grandes programas de construção de navios”, esclarece Rocha, o Programa de Modernização da Frota e Expansão de Frota (Promef), contatado pela Transpetro, com obras até 2020, e o Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam), também com obras até 2020, contratado por empresas privadas que venceram licitação da Petrobras para prestação de serviços de apoio marítimo que incluem suprimentos, reboque e posicionamento de plataformas, e apoio a operações submarinas.

“Estão em construção 12 plataformas de produção de petróleo e a integração de módulos para três plataformas, cujos cascos foram reformados em estaleiros internacionais, contratadas diretamente pela Petrobras, após licitação. Além desses segmentos, onde se concentram o maior volume de receita, permanecem com demanda em expansão a construções de rebocadores portuários e comboios para transporte fluvial”.

“A construção naval é setor de ciclo longo de planejamento e em 2015 seria o momento de iniciar o planejamento de novas encomendas para assegurar a ocupação e o emprego dos estaleiros a partir de 2018” disse Rocha.

Todavia, tal cenário já era outro em notícia divulgada pela imprensa, na última semana, onde Rocha diz que a crise do setor poderá ter consequências a longo prazo para a indústria brasileira. “Empresas estrangeiras estão sendo contratadas para construir no lugar das empresas afetadas pela Operação Lava Jato e vão gerar empregos fora do Brasil”, lamentou. 

Afinal, como está a indústria naval brasileira?

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