Portogente lançou, recentemente, um debate sobre qual o modelo de dragagem mais apropriado aos portos brasileiros. É um bom combate para ser travado. Quem entra nesse barco é Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "A proposta de concessão à iniciativa privada das obras de dragagem do canal do estuário do Porto de Santos, apresentada pelos consultores Frederico Bussinger e Sérgio Aquino à Secretaria de Portos (SEP), parece ser a mais sensata, entre as que surgiram até agora. Mas ainda voltará a ser debatida em audiência pública marcada para maio. Em linhas gerais, sugere que seja criada uma empresa, uma espécie de condomínio, que reuniria arrendatários de terminais como sócios obrigatórios e as operadoras como sócias facultativas."
O presidente da Fiorde Logística Internacional, Milton Lourenço, está inconformado com os custos da logística brasileira. Para ele, foi preciso que o incêndio nos tanques de granéis líquidos da Ultracargo durasse oito dias para que as autoridades descobrissem a necessidade urgente que o Porto de Santos tem de contar com novas vias de acesso. "Com o incêndio, o gargalo viário na entrada da cidade ficou evidente, principalmente porque, com a proibição de acesso de caminhões à margem direita, os prejuízos das empresas ligadas ao agronegócio chegaram a R$ 2,5 milhões por dia", critica.
O acidente nos reservatórios de combustível (álcool anidro e gasolina) do terminal Ultracargo, no Porto de Santos, ainda está bem vivo na memória do País, principalmente da população da Baixada Santista, região onde está o complexo portuário santista. Por isso, causa temor a situação que envolve a instalação de novo terminal na área continental de Santos. Pertencente à Santorini, que por sua vez faz parte da Empresa Brasileira de Terminais e Armazéns Gerais (EBT) – que controla os terminais de líquidos Ageo e Ageo Norte, instalados na Ilha Barnabé –, o local operará granéis sólidos vegetais (soja, milho, açúcar e farelo), carga geral não conteinerizada (celulose) e granéis líquidos (óleo diesel, gasolina, etanol e acetatos). Prevista para iniciar as operações em 2018, a empresa estima movimentar 26 milhões de toneladas por ano.
Mais um diretor-geral toma posse na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Jorge Bastos agora está à frente do órgão regulador. Promete se empenhar para solucionar os problemas de logística que passam pelas vias terrestres e diz que tem o quadro de servidores mais capacitados para ajudá-lo na tarefa.
Se a Petrobras não retomar os investimentos em construção de sondas e navios-plataforma a indústria naval deverá desempregar de 30 mil a 40 mil trabalhadores. A previsão sombria é do presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha. O empresário também fala de outro efeito da paralisação de contratos da Petrobras, por causa da Operação Lava Jato: o retrocesso na nacionalização de equipamentos navais voltados para a exploração de petróleo e gás, que começou em 2003. “Estamos competindo com Cingapura e China, onde os custos de mão de obra são 20% menores”, reclamou.